Um estudo publicado na quinta-feira, 29, no periódico cientÃfico Science concluiu que não haveria apenas um gene que definiria a orientação sexual de uma pessoa. A pesquisa contraria a ideia, popularizada na década de 1990, de que o fator genético seria o único determinante da sexualidade individual — teoria conhecida como a do “gene gay“.
Para chegar a esse novo resultado, cientistas dos Estados Unidos e da Europa se basearam na análise do DNA de cerca de meio milhão de participantes. Além de contar com um questionário em que esses mesmos indivÃduos relatavam suas experiências com pessoas do mesmo sexo.
O resultado aponta que é impossÃvel prever o comportamento sexual a partir do genoma de um ser humano. A melhor forma de entender a orientação de um indivÃduo seria por meio do estudo da interação de seu DNA com diversos (e complexos) fatores culturais e comportamentais.
De acordo com os cientistas, há pelo menos cinco regiões genéticas por eles identificadas que influem nessa questão. Além deles, questões relacionadas à criação e aos relacionamentos que a pessoa desenvolve ao longo dos anos devem ser considerados. Ainda há, contudo, muito a se descobrir.
A pesquisa bate de frente com um trabalho feito em 1993. Baseado na investigação genética de 40 famÃlias, ele indicava que um gene, o Xq28, determinaria completamente a sexualidade do indivÃduo. Agora, as coisas apontam para outro lado.
Segundo os cientistas responsáveis pelo novo estudo, porém, os resultados recentes continuam a afirmar a forte evidência de que a homossexualidade é natural ao ser humano.