De agosto de 2020 até 30 de julho deste ano, o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 8.712 quilômetros quadrados (km²), uma área equivalente a mais de cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo (SP). Do total, Mato Grosso respondeu por 1.475 km2, o que representa uma redução de 21,6% em relação ao período anterior (agosto de 2019 a julho de 2020), quando atingiu 1.882 km2.
Dentre os nove estados que compõe a Amazônia, o Pará ficou em primeiro lugar atingindo 3.449 km2, seguido do Amazonas com 1.693 km2. Rondônia aparece em quarto no ranking com 1.314 km2. Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados nesta última sexta-feira (6).
Em todo o bioma, esta é considerada a segunda pior temporada em cinco anos ainda que tenha apresentado uma redução de 5,4% se comparado ao período anterior, quando o número de alertas na região foi de 9.216 km². Para entidades ligadas ao meio ambiente o tamanho da devastação da floresta continua alto.
Conforme o Observatório do Clima, nem mesmo o general Hamilton Mourão, comandante do Conselho da Amazônia, conseguiu comemorar o recuo na área de alertas em relação a 2020. Há poucas semanas ele havia prometido à imprensa que o desmatamento cairia 10% e, no dia 2 deste mês, declarou que não cumpriria a meta.
“O destino da floresta está nas mãos das quadrilhas de grileiros, madeireiros ilegais e garimpeiros. Hoje, são eles que determinam qual será o dado oficial de desmatamento. Na Amazônia, o crime ambiental atua livremente, e conta com a parceria do atual governo”, afirmou Marcio Astrini, secretário- executivo do Observatório do Clima.
Ainda, segundo o Inpe, o Pará foi o estado da região com maior área da floresta sob alerta de desmatamento em julho passado, alcançado 498 km². Em segundo lugar aparece o Amazonas, com 401 km² sob alerta. Já Mato Grosso teve 116 km² sob alerta.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) destacou o intenso trabalho de fiscalização ambiental realizado pela operação “Amazônia”. O órgão reforça que houve uma redução de 60% os alertas de desmatamento no mês de julho em comparação com o mesmo período do ano passado, uma vez que, no último mês deste ano, foi identificado o corte raso de 116 km², enquanto em julho de 2020 o sistema de detecção de desmatamento aponta 293 km².
Além disso, Mato Grosso fechou o período apuratório, de agosto a julho, com uma redução de 21,6% no desmatamento. Para o Sema, os dados demonstram claramente a inversão na curva do desmatamento, que deveria aumentar nos meses de estiagem e reduziu em julho, o que resultado de uma ação integrada e estratégica do governo estadual, que está investindo neste ano R$ 73 milhões para o combate ao desmatamento e incêndios florestais ilegais.
Diário de Cuiabá
