O governo federal pretende anunciar em 2026 o fim da obrigatoriedade da vacina contra febre aftosa em todos os estados brasileiros.
A afirmação foi feita na quinta-feira (14), pelo ministro da Agricultura, Marcos Montes, em vídeo exibido no Fórum Pecuária Brasil realizado na manhã desta sexta-feira, 15, pela consultoria Datagro.
A medida tornaria o Brasil livre da doença sem vacinação, o que é positivo para o mercado. “Anseio histórico do setor pecuário, mas que também vai nos permitir acessar mais mercados e, e em especial, aqueles que pagam mais”, disse.
O ministro avaliou que o anúncio vai, ainda, reduzir os custos dos produtores que precisam destinar parte dos ganhos a proteção dos animais por meio da vacinação. “Cooperação das secretarias estaduais é importante neste avanço”, acrescentou.
Em abril, durante a ExpoZebu, Montes havia informado a suspensão da vacinação contra a febre aftosa, após a etapa de novembro de 2022, em sete Estados brasileiros. Ao todo, serão aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos que deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país.
As unidades da Federação que serão suspensas fazem parte do Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), e são elas Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins.
Sustentabilidade
Montes relatou também sobre os desafios que a pecuária brasileira precisa enfrentar, como a identificação individual dos animais. “O tema da rastreabilidade já está em discussão na Câmara setorial da cadeia produtiva da carne bovina”, disse.
Para ele, o Brasil precisa ampliar o número de bovinos rastreados por meio de soluções ecologicamente viáveis e que possam ser internacionalmente reconhecidas. “É necessário montar uma base de dados sobre a cadeia, capaz de agregar informações confiáveis e estratégicas”, disse o ministro. “Trará muitos benefícios ao setor”, acrescentou.
De acordo com Montes, a questão ambiental não pode ter inconformidades na legislação, “pois afasta financiadores e, pior, afasta os clientes”. Além de concluir o Código Florestal, o ministro disse que é preciso “dar um basta ao desmatamento ilegal”. “São (desmatamentos) muitas vezes atribuídos à agropecuária de forma incorreta ou até de má fé”, apontou.
POR ESTADÃO CONTEÚDO