O PSL aguarda há semanas a saÃda espontânea da famÃlia Bolsonaro do partido para dar prosseguimento a conversas de fusão com o DEM, partido que tem, entre outros quadros, o comando das Casas Legislativas: a presidência do Senado,Davi Alcolumbre (AP), e a da Câmara, Rodrigo Maia (RJ).
O blog apurou que o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, tem feito gestos nos bastidores a Rodrigo Maia. Tem repetido que a bancada, mesmo com a eventual saÃda de Jair Bolsonaro, seguirá como “sempre foiâ€: liberal, com agenda econômica clara. A ideia é deixar claro ao presidente da Câmara que o partido não será oposição ao governo.
Essa é a principal preocupação de Maia, por exemplo, quando perguntado por interlocutores a respeito da possibilidade de fusão.
Ele se diz aberto a conversas, mas repete que o DEM precisa monitorar como vai ser a reação e o tratamento do presidente Jair Bolsonaro ao PSL, após sua saÃda. Bivar tem repetido, inclusive em entrevista ao “Em Focoâ€, na GloboNews, que não quer briga com Bolsonaro.
Nas palavras de um cacique do DEM, no entanto, no caso do Planalto, a máxima “quando um não quer dois não brigam†não vale para a fúria do presidente com o partido. Motivo: a disputa pelo fundo partidário milionário.
O presidente do DEM, prefeito de Salvador, ACM Neto, tem repetido também, reservadamente a aliados, que o seu partido precisa manter distância da briga PSL e Bolsonaro.
Por isso, o DEM suspendeu as conversas de fusão durante o auge da briga PSL e Bolsonaro. A legenda avaliava que admitir publicamente a fusão significaria tomar lado, ou seja, ficar contra o governo.
Agora, se Bolsonaro sair, de fato, as conversas de fusão serão retomadas.
Se for confirmada a união das duas legendas, além das presidências das Casas Legislativas, o DEM e PSL querem formar uma expressiva bancada na Câmara (hoje, DEM tem 27 deputados e PSL, 53) além de estarem de olho no fundo partidário do PSL – só em 2019, de cerca de R$ 110 milhões.
Na conta de Bolsonaro, metade da bancada pode acompanhá-lo para um novo partido, por exemplo. Mesmo se isso ocorrer, uma eventual fusão do DEM com PSL pode garantir uma bancada de cerca de 50 deputados. A maior bancada da Casa é a do PT (54), a segunda é exatamente o PSL.