Home Política STF determina retirada de não indígenas de território Tapirapé (MT); Rosa Neide acompanha o caso

STF determina retirada de não indígenas de território Tapirapé (MT); Rosa Neide acompanha o caso

7 min ler
0

No dia 21 de fevereiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, confirmou a decisão dada pelo ministro Dias Toffoli, e suspendeu a liminar que impedia a retirada de não índios da Terra Indígena Urubu Branco, em Mato Grosso. A deputada federal Professora Rosa Neide (PT) encaminhou ofícios ao Ministério Público Federal (MPF), denunciando a presença de grileiros na Terra Indígena e solicitando providências.

O procurador geral da República, chefe do MPF, Augusto Aras, ingressou com pedido junto ao STF para que suspendesse a decisão liminar que mantinha os não indígenas na área. De acordo com Aras, a presença de não-índios e grileiros na Terra aumentaria o risco de conflitos violentos. O pedido do PGR foi acatado pelo ministro Fux.

De acordo com Aras, o grupo de não indígenas que ocupa a área é amparado por medidas judiciais, alguns já teriam sido indenizados e retirados, mas voltaram à terra indígena. São pessoas que praticam vários ilícitos que estariam comprovados em autos de infração ambientais e investigações.

Para a deputada Rosa Neide a decisão do STF faz justiça ao povo Tapirapé e restitui seus direitos. “A Terra Urubu Branco pertence aos indígenas Tapirapé, mas infelizmente estava sendo invadida por grileiros, pessoas que estavam cortando as árvores para venda e cometendo diversos crimes ambientais. A Justiça precisa estar presente para garantir os direitos dos Tapirapé e de todos os povos indígenas de Mato Grosso e do Brasil”, comemorou.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDMH) da Câmara dos Deputados, deputado Helder Salomão (PT-ES), “a decisão do STF é mais um capítulo histórico de luta do povo Tapirapé da Terra Indígena Urubu Branco, que teve a terra homologada em 1998, com subsequentes ações judiciais para discutir assuntos ligados ao território indígena, e que ainda se encontram pendentes de solução”.

O deputado considera que a demora para uma solução definitiva sobre a Urubu Branco viola a Constituição e a Convenção Americana de Direitos Humanos.

Decisão

Luiz Fux apontou, na decisão, que o pedido dos não indígenas de permanecer na área é ilegítimo, considerando “a existência de demarcação e reconhecimento oficial da tradicionalidade da ocupação da Terra Indígena Urubu Branco pelos índios Tapirapé”.

A Terra Indígena Urubu Branco é alvo de disputa judicial desde 2003. Naquele ano, o Ministério Público Federal moveu uma ação civil pública contra a permanência de não indígenas na área de cerca de 167,5 mil hectares no nordeste de Mato Grosso. A Justiça Federal em primeira instância determinou a retirada dos não índios. Mas, essa decisão foi suspensa pelo Tribunal Federal da 1ª Região. (TRF1).

Um caso extremo de violação permanente de direitos humanos

A deputada Rosa Neide e à presidência da CDHM vem acompanhando desdobramentos do caso dos indígenas Tapirapé há algum tempo. Foram feitos pedidos de investigação sobre denúncias, ameaças e violação de direitos humanos. Os documentos foram enviados ao secretário de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso, Alexandre Bustamante dos Santos; ao procurador da República do Ministério Público Federal em Barra do Garças, Éverton Araújo; e ao superintendente Regional da Polícia Federal em Mato Grosso, Carlos Andrade.

Alexandre Bustamante esclareceu, na época, que o caso foi redirecionado, por competência, à esfera federal.

Diversas investigações, feitas pelo MPF e Polícia Civil estadual apontam delitos ambientais, homicídio, tentativa de homicídio, incêndio de veículo de propriedade da FUNAI, atentados e emboscadas.

“A situação da Terra Indígena Urubu Branco é um caso extremo de violação permanente de direitos humanos”, conclui o presidente da CDHM, deputado Helder Salomão. (Com informações da CDHM e do

Carregue mais postagens relacionados
Carregue mais por Porto Notícias
Carregue mais em Política
Comentários estão fechados.

Verifique também

Mulher procura pelo irmão João Ferreira Azevedo que segundo informações pode morar em Porto dos Gaúchos

Eva Ferreira Azevedo que mora em Cuiabá, entrou em contato com a redação pedindo ajuda par…