O presidente estadual do Sintep, professor Valdeir Pereira se manifestou sobre a fala do governo do estado em anunciar o retorno das aulas presenciais para o mês de agosto.
Para o sindicalista, a fala do secretário de estado de Educação de Mato Grosso, Alan Porto, foi precipitada.
“Essa sempre foi a defesa do Sindicato, contudo para haver segurança no retorno acreditamos que a imunização só estará assegurada com a segunda dose, prevista num prazo médio de 60 dias após a primeira. A maior parte das vacinas aplicadas em Mato Grosso exige esse período”, afirma Valdeir.
Valdeir citou ainda a ausência de políticas de infraestrutura e pedagógicas para o retorno. “A maior parte das escolas estaduais tem problemas estruturais que ainda não foram solucionados. Algumas, sequer têm água, banheiro ou profissionais suficientes para assegurar a assepsia”, relata.
Segundo o dirigente, até mesmo estabelecer um retorno híbrido das turmas poderá ser ainda mais prejudicial para os estudantes. “Muitos pais discordam que os filhos voltem às atividades presenciais, e isso vai gerar uma defasagem entre as turmas, que já retornarão em estágios diferenciados”, diz.
A falta de uma política educacional construída e organizada para o enfrentamento à pandemia tanto na rede estadual como nas redes municipais tem gerado sucessivos prejuízos para os profissionais e estudantes. O retorno às aulas exige um trabalho pedagógico diferenciado com os estudantes.
A covid-19 trouxe uma nova realidade, que exigirá esforço coletivo para resgatar os estudantes que evadiram, elaborar projetos para atuar sobre os diferentes níveis de aprendizagens apresentados por estudantes da mesma turma, e assim garantir o direito à educação.
“É sobre essa nova realidade que os governos deveriam estar se debruçando, ao invés de simplesmente defender o retorno dando a ideia de normalidade. Sabemos que o surto sanitário não acabará com a vacinação, a imunização segura é aguardada com 70% da população imunizada”, conclui.
Fonte: Redação do Porto Noticias