A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga os atos golpistas ocorridos nos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília, apresentou, nesta terça-feira (17), o relatório final com os nomes dos indiciados por participarem dos atos antidemocráticos. Entre eles está o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e de três de Mato Grosso: o presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan; o sojicultor e vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber; e o morador de Comodoro; Alan Diego dos Santos.
Antônio Galvan e Lucas Costa Beber são apontados pelo CPMI como financiadores de atos golpistas. Já Alan Diego foi condenado por tentar explodir uma bomba, nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, nas vésperas do Natal de 2022.
O relatório de mais de 900 páginas foi lido pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Segundo ela, Bolsonaro foi “o verdadeiro autor, seja intelectual, seja moral, dos ataques perpetrados contra as instituições” e “responsável direto, o mentor moral, por grande parte – senão todos – dos ataques perpetrados a todas as figuras republicanas que impusessem qualquer tipo de empecilho à sua empreitada golpista”.
No relatório, a comissão pede o indiciamento do ex-presidente por associação criminosa; violência política; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; e golpe de Estado. Segundo a parlamentar, o ex-presidente, apesar de estar fora do Brasil na época, foi o “verdadeiro autor” dos atos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por militantes.
O parecer de Eliziane será encaminhado para votação do colegiado na quarta-feira (18). A expectativa é que o relatório seja aprovado, tendo em vista que a maior parte dos integrantes da CPMI é da base do Governo do presidente da República Lula (PT). A oposição, porém, pretende apresentar dois relatórios paralelos, que também serão votados na quarta.
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