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Com aumento das bandeiras tarifárias de energia, consumidores devem ficar atentos para evitar surpresas

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A partir deste domingo (2), os valores das bandeiras tarifárias da conta de energia estão mais caros. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) justificou o aumento por uma mudança na metodologia de avaliação do risco de falta de água nas hidrelétricas, que pretende repassar aos consumidores um valor mais próximo do custo real pela produção e transmissão do insumo.

O sistema é utilizado em períodos de pouca chuva, quando as hidrelétricas não dão conta da demanda e é preciso utilizar a energia gerada pelas termelétricas, de custo mais elevado.

A bandeira amarela passa de R $ 1,00 para R$ 1,50 a cada 100 kWh, já a bandeira vermelha no patamar 1 passará de R $ 3,00 para R$ 4,00 a cada 100 kWh, e no patamar 2, de R $ 5,00 para R$ 6,00 a cada 100 kWh. “O preço da energia no mercado de curto prazo é fixado semanalmente. As bandeiras são definidas levando em consideração a expectativa de chuvas em relação à média histórica e, principalmente, ao nível de armazenamento de água nos grandes reservatórios das usinas hidrelétricas”, explica o engenheiro eletricista Teomar Magri, que possui 36 anos de experiência, sendo 31 anos em empresa distribuidora de energia elétrica.

De acordo com ele, em vigor desde 2015, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo da energia gerada, possibilitando aos consumidores reduzir o consumo quando a energia está mais cara. “O Operador Nacional do Sistema (ONS) dispõe de um software moderno para fazer as simulações e fixar estes dois mecanismos”.

Magri lembra ainda que, além das bandeiras, em 2018, a Energisa Mato Grosso foi autorizada a reajustar o valor para os consumidores de baixa tensão em 13,98%. Agora, em mais 11,21%, totalizando mais de 26% em 2 anos. “A tarifa tem refletidos aspectos que não acompanham índices inflacionários que foi menos de 8% em 2 anos. A desoneração tarifária é urgente, o consumidor já não aguenta mais com reajustes descolados de índices inflacionários e incompatíveis com a nossa realidade econômica”.

Membro do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Mato Grosso e Consultor na Área de Energia, Teomar diz que a sociedade vive um grande paradoxo, já que temos uma matriz de geração invejável composta por mais de 85% de fontes renováveis, mas o preço não cai na ponta para o consumidor.

“Os riscos do negócio da energia recaem sempre para o consumidor pagar. Isto precisa ser objeto de uma profunda reflexão pelos condutores da política energética no país para redução dos custos da energia. Esta agenda envolve o Governo Federal, os estados e o Congresso Nacional pois, o tripé que mais impacta na conta inclui os elevados custos de compra de energia (geração), os tributos, e os encargos/subsídios que são suportados pela  conta de luz e que  representam em torno de 70% da conta que pagamos”.

Como parte desta agenda também é necessário uma mudança do modelo tarifário atual que separe custo da energia do uso da rede e que contemple uma abertura do mercado para os cerca de 75 milhões de consumidores cativos de baixa tensão do país que, hoje, não tem liberdade de escolha para comprar sua energia como os grandes consumidores. “Atualmente somente grandes consumidores tem essa liberdade, através do mercado livre onde conseguem reduzir de 20 a 30% seus gastos com a compra direta”, pontua.

Vilões do consumo 

No Estado, em termos médios a conta ficou assim distribuída após o reajuste do dia 8 de abril: Compra de energia: 31,3%; Parcela da Distribuidora para cobrir seus custos e investimentos: 24,9%; ICMS médio ponderado: 22,7%; Encargos setoriais/subsidios: 10,7%; Pis/Cofins: 6,3%; e Transporte da energia: 4,1%. “Aqui, temos um custo de energia entre os mais altos do país e uma carga tributária também das mais altas. O resultado é que a conta está representando muito no bolso dos consumidores”.

O engenheiro destaca que o tripé equipamentos mais eficientes com certificação do Procel, hábitos conscientes e projetos inteligentes deve estar bem alinhado. “É preciso agir com estratégia e inteligência, produzindo equipamentos mais eficientes e elaborando bons projetos. Agindo desta forma, estaremos reduzindo o consumo, o gasto, e ainda protegendo o meio ambiente e as futuras gerações”.

Em Mato Grosso, os equipamentos de refrigeração são os grandes vilões nas contas de energia devido ao fator das altas temperaturas. Por isso, é muito importante fazer a gestão do uso destes equipamentos, pois dependendo do perfil do consumidor este tipo de carga pode representar de 30 a 60% da conta de energia.

Aparelhos de ar condicionado (quanto maior os BTUs, maior o consumo) e consome até 10 vezes mais energia que o ventilador. Para quem não consegue abrir mão, a dica é fazer pequenas mudanças na rotina para reduzir o consumo de energia, como instalar o equipamento em um local com boa circulação de ar; fechar portas e janelas para evitar a entrada do ar quente; limpar sempre os filtros, pois a sujeira força o aparelho a trabalhar mais.

O chuveiro elétrico também é um dos ‘malfeitores’ da conta de energia. No modo inverno, ele pode aumentar o consumo em até 30%, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para economizar, o ideal é reduzir o tempo de banho. Além disso, deixa-lo na posição verão, que consome até 30% menos energia.

Importante limpar os buracos por onde a água sai, para aumentar a vazão. Se a resistência queimar, é preciso trocá-la. Fazer remendos, além de ser perigoso, desperdiça energia. Desligar a torneira enquanto se ensaboa também é uma boa dica, assim economiza energia elétrica e água.

O modelo de fogão cooktop consome mais energia que uma geladeira de duas portas frost-free, de acordo com a Aneel. A estimativa é que o aparelho gaste mensalmente 68,55 kWh de energia, enquanto modelos a gás consomem 2,40 kWh.

Geladeiras de duas portas frost free, forno elétrico e microondas também são consumidores expressivos de energia. E lembre-se de sempre apagar as luzes quando sair de um cômodo e desligar os aparelhos eletrônicos quando parar de utilizá-los. É um hábito simples que deve ser construído com a colaboração de todos os envolvidos.

 

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