O valor total do crédito rural emitido no primeiro mês, em julho de 2022, do Programa Safra foi de 25,8 bilhões de reais, queda de 1% em relação ao mesmo mês do ano de 2021.
Os recursos de capital investidos foi na ordem de 22,2 bilhões de reais, um aumento de 38%. Por outro lado, a comercialização caiu 43%, para 982 milhões de reais, e a industrialização, 47%, para 1 bilhão de reais.
O financiamento de investimento também caiu 75%, para 1,6 bilhão de reais.
Os números fazem parte do balanço de desempenho do crédito rural divulgado na sexta-feira, 5 de agosto de 2022, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio da sua Secretaria de Política Agrícola (SPA).
Segundo a Secretaria de Política Agrícola, a realização dos contratos de crédito para investimento no primeiro mês do ano agrícola, que compreende os anos de 2022 e 2023, é considerada atípica, pois a liberação dessas operações, realizadas com recursos iguais, só ocorreu no dia 19 de julho de 2022, quando a Portaria ME 6.454 foi publicada, autorizando a liquidação de equalização das taxas de juros.
Com isso, têm ocorrido atrasos na execução dos contratos de financiamento, principalmente de investimentos, intervenções que ainda não foram noticiadas pelo Banco Central do Brasil (BCB).
Os analistas da Secretaria de Política Agrícola acreditam que o contrato de investimento deve se fortalecer a partir do mês de agosto de 2022.
A relevância da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) para o financiamento do crédito para o campo destaca que é uma importante fonte de captação não controlada, com a atração dessa fonte aumentando em 289% nos contratos para 13,2 bilhões de reais em julho de 2022.
O Plano de Safra dos anos de 2022 e 2023 tem disponibilizado 340,9 bilhões de reais para apoiar a produção agrícola nacional até junho do próximo ano. Destes, 246,3 bilhões de reais foram destinados para custeio e comercialização. Os demais 94,6 bilhões de reais serão usados para investimentos.
Financiamento do Plano Safra 2022/23
Para facilitar o acesso ao crédito deste Programa pelos produtores rurais, será garantido o crescimento dos recursos disponíveis, pelo estabelecimento de taxas de juros compatíveis com as atividades rurais e em níveis adequados com relação às taxas praticas pelo mercado livre.
Com a atual taxa em 13,25%, da taxa básica de juros da economia (Selic), procurou-se conservar elevações menores para os produtores beneficiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), assegurando, desta maneira, um financiamento mais adequado para esses grupos.
O Plano Safra 2022/2023 está apostando nas diferentes formas de financiamento, com mais recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para compra de direitos creditórios do agro brasileiro. Aumentou de 50% para 70% a capacidade de utilização dos recursos de LCA para aquisição desses direitos creditórios. A medida deverá gerar uma maior participação no mercado privado agrofinanceiro, com a ampliação de títulos como CRA, CDCA, CPR, além das Letras de Crédito do Agronegócio.
Confira a lista das 11 instituições financeiras com igualdade de acesso ao financiamento do Plano Safra com juros controlados (195,7 bilhões de reais) e juros livres (145,2 bilhões de reais):
– Banco do Brasil;
– Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. – Banrisul;
– Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG;
– Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES;
– Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE;
– Caixa Econômica Federal – Caixa;
– Credialiança Cooperativa de Crédito Rural – Credialiança;
– Credicoamo Crédito Rural Cooperativo – Credicoamo;
– Confederação Nacional das Cooperativas Centrais de Crédito e Economia;
– Cresol Confederação;
– Banco Cooperativo Sicoob S.A. – Sicoob; e
– Banco Cooperativo Sicredi S.A. – Sicredi.
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