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Eleito presidente da República, Lula vai governar país dividido

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Quando tomar posse, em 1º de janeiro, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai encontrar um país dividido. O resultado do segundo turno revelou em números a polarização política do Brasil: dos 118.550.997 eleitores que votaram neste domingo, praticamente a metade rejeitou um ou outro candidato. Com quase 100% das urnas apuradas, Lula tinha 50,9% dos votos, contra 49,1% de Bolsonaro — a menor diferença em uma disputa presidencial.

Os números refletem a alta rejeição dos dois candidatos, apontada por todos os levantamentos prévios de intenção de votos. Além disso, 5.700.440 eleitores decidiram anular ou votar em branco e, portanto, não escolheram nenhum dos dois candidatos. Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 32.201.424 nem sequer compareceram às urnas neste domingo.

Lula enfrentará um Congresso Nacional que reflete polarização e que deve oferecer resistência pelo número de parlamentares eleitos de direita e centro-direita. Os dois deputados federais eleitos mais votados também indicam a divisão do eleitorado: Nikolas Ferreira (PL-MG), apoiador de Jair Bolsonaro, e Guilherme Boulos (PSOL-SP), aliado de Lula, tiveram as maiores votações — 1,49 milhão de votos e 1 milhão, respectivamente.

O cenário vai refletir diretamente na atuação política de Lula à frente do Palácio do Planalto. A governabilidade será diferente dos anos anteriores ocupados por Lula no Executivo. Não bastasse a polarização no Congresso Nacional, os números das urnas mostram que os brasileiros seguirão pressionando o presidente.

Lula deve ter dificuldades já no início do governo para aprovar projetos na área econômica, lidar com a alta rejeição da população e negociar com o Parlamento.

Congresso Nacional

A maioria dos 513 deputados federais e dos 81 (foram 27) senadores eleitos está politicamente alinhada ao centro e à direita.

O PL, partido do atual presidente, Jair Bolsonaro, elegeu a maior bancada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. A sigla deve ter 99 deputados federais e 13 senadores a partir do ano que vem.

O advogado e analista político Isaac Simas entende que o Congresso terá um contingente muito maior de parlamentares que se elegeram ou se consolidaram no bolsonarismo. “Diferentemente do ‘centrão’ original, esses congressistas com posicionamento político definido [efetivamente de direita] não vão aderir a pautas governistas facilmente.”

“O PT, pela primeira vez, vai conhecer uma oposição de verdade, que será infinitamente mais atuante do que o PSDB foi nos governos Lula e Dilma. Apesar disso, acredito que os membros mais neutros e históricos do ‘centrão’ irão ceder e compor o governo, como fazem desde o início da redemocratização”, afirma o pesquisador.

“Ao fim, teremos uma dificuldade maior na governabilidade, principalmente por conta da polarização existente, que impedirá essa composição inicial.” Simas diz, entretanto, que esse grupo pode acabar apoiando algumas pautas governistas, apesar de ter potencial de causar “tumulto” na apreciação de projetos do Executivo. “Ainda haverá essa dissidência que sempre será contra o governo; apesar de minoritária dentro do centrão, criará bastante tumulto para as pautas governistas.”

Fonte: R7

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