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“Jovem Pan” proíbe profissionais de chamar Lula de “ladrão”

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A Jovem Pan enviou na 2ª feira (17.out.2022) um comunicado aos comentaristas da emissora determinando que expressões que possam ser consideradas ofensivas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não serão mais permitidas em programas da casa.

A determinação passou a valer na 3ª feira (18.out). No comunicado, a Jovem Pan diz que os profissionais que não se sentirem confortáveis com a orientação devem informar a direção de Jornalismo e assim serão substituídos.

Ficam proibidos os seguintes termos em referência ao candidato do PT ao Palácio do Planalto:

Ex-presidiário;
Descondenado;
Ladrão;
Corrupto;
Chefe de organização criminosa.

Segundo o comunicado, fica vedada também qualquer associação entre Lula e o crime organizado. O Departamento Jurídico da emissora também orientou os profissionais a não criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.

O comunicado desagradou a parte dos profissionais da Jovem Pan. O Poder360 apurou que dentro da emissora o comunicado foi interpretado, por parte da equipe, como uma forma de autocensura e limitação da liberdade de expressão.

Em seu canal no YouTube, o comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo disse: “A partir de hoje (18.set) os meus comentários não são mais livres graças aos ditadores do Brasil”.

Em tom de ironia, o programa Pingos nos I’s exibiu por 5 minutos a ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel lendo uma receita de pudim em alusão à censura sofrida por jornais na época da ditadura militar (1964-1985). Receitas de bolo eram uma das soluções encontradas pelos editores para preencher os espaços que ficavam vazios nos jornais impressos por causa de reportagens censuradas pelo regime militar.

JOVEM PAN X TSE

Na 2ª feira (17.out), a Justiça Eleitoral determinou que a Jovem Pan conceda 3 direitos de resposta ao PT por “divulgação de ofensas e fatos sabidamente inverídicos contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva”.

Nos 3 casos, o TSE determinou que os comentaristas não voltem a tecer comentários da mesma natureza contra Lula. Caso as críticas voltem a ser veiculadas, a emissora terá que pagar multa de R$ 25.000.

No último sábado (15.out), o corregedor geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, abriu investigação contra a Jovem Pan para apurar suposto tratamento privilegiado à candidatura de Jair Bolsonaro (PL) na cobertura jornalística das eleições. A decisão atende a um pedido formalizado pela campanha de Lula.

A defesa do petista argumentou não haver isonomia no noticiário do grupo. Na decisão, o ministro do TSE dá 5 dias para apresentação da defesa de:

Jair Bolsonaro;
Braga Netto (PL), vice na chapa do presidente;
Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho –o Tutinha, presidente do grupo Jovem Pan.
Eis a íntegra da decisão (58 KB).

A campanha de Lula declara que a Jovem Pan é uma “concessionária de serviços públicos” que se beneficia “de valores expressivos advindos do governo federal”. A emissora estaria, segundo os petistas, promovendo “diariamente a candidatura de Jair Bolsonaro e a narrativa bolsonarista, principalmente relacionada à denominada ‘guerra cultural’, impulsionando-a para milhões de telespectadores diuturnamente”.

Ainda, estaria atacando “de forma vil, com o amplo uso de fake news, candidatos adversários, em especial o ex-presidente Lula, quebrando a isonomia da disputa”.

ÍNTEGRA DO COMUNICADO DA JP

Eis a íntegra do comunicado da Jovem Pan enviado aos comentaristas da emissora em 17 de outubro de 2022:

“Caros, com base em decisão do TSE proferida nesta segunda-feira, estamos orientados pelo jurídico a não utilizar as seguintes expressões nos programas da casa:

“Ex-presidiário;

“Descondenado;

“Ladrão;

“Corrupto;

“Chefe de organização criminosa.

“Além disso, não devemos fazer qualquer associação entre o candidato Lula ao crime organizado. E mais: as críticas aos ministros e ao judiciário não são recomendadas pelo nosso jurídico neste momento.

“O descumprimento dessas determinações pode levar não só a direito de resposta como também a multa de R$ 25 mil e a remoção dos conteúdos de nossas plataformas.

“A direção de jornalismo reforça que aqueles que não se sentirem confortáveis com essa determinação com base em decisão da Justiça, devem nos informar para que possam ser substituídos nos programas”.

Poder 360

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