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Jovem que assassinou melhor amigo a facadas vai a júri nesta 6ª

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Prestes a ficar cara a cara com o assassino do seu filho, a professora Nádia Batista de Almeida Peroso diz que a sede por justiça é a o único sentimento que a mantém viva. Pedro Victor de Almeida Peroso tinha 18 anos quando foi morto com golpes de faca pelo réu confesso Vanderson Daniel Martins dos Santos, 21.

O julgamento está previsto para acontecer na sexta-feira (29), no Fórum de Várzea Grande.

O crime ocorreu no dia 19 de outubro de 2018, no Bairro Princesa do Sol. O corpo de Pedro foi encontrado caído entre dois carros que estavam na garagem de uma residência, para onde ele correu para pedir socorro após os golpes. O carro dele estava a cerca de 50 metros do corpo, com a porta do motorista aberta.

A suspeita inicial era de que o rapaz estivesse trabalhando como Uber, mas no decorrer das investigações essa suspeita foi descartada.

Apontado como o assassino, Vanderson Santos foi preso pela Polícia Civil no dia 1ª de novembro, após a delegada Jannira Laranjeira, que estava à frente das investigações, constatar que ele havia mentido em seu primeiro depoimento.

Ao ser reinterrogado, ele confessou o crime, alegando que o teria cometido porque devia R$ 1,5 mil à vítima, referente a uma dívida da venda de um aparelho de som de carro.

Em entrevista ao MidiaNews, a mãe de Pedro disse que ele era estudante de Direito. Ela afirmou que o filho teve o sonho de se tornar juiz interrompido pelas mãos do melhor amigo. Segundo ela, Vanderson estava praticamente todos os dias dentro de sua casa.

“Eu o conhecia muito, era uma pessoa de dentro da minha casa. Ele matou meu filho numa sexta-feira e no dia anterior ele almoçou com meu filho lá em casa. Ele não saía da minha casa. O meu filho era o melhor amigo dele. A festa de aniversário dele foi feita em um barracão que é do meu marido. Nós fizemos a festa pra ele lá, nós patrocinamos, demos o lugar. Compramos as coisas para fazer a festa do assassino do meu filho. Já pensou nisso?”, declarou, bastante emocionada.

Pedro e Vanderson eram amigos há seis anos e moravam no mesmo bairro, mas ficaram mais próximos após os três primeiros anos.

Nádia afirmou que o suspeito tinha um lava-jato e que a família dela o ajudava com o abastecimento de água do estabelecimento. Tudo a pedido de Pedro, para ajudar o amigo.

“Meu marido trabalha com caminhão d’água e toda vez que sobrava água de algum abastecimento que ele fazia, ele ia lá colocar água para ele, porque o Pedro pedia”, contou.

A professora disse que, quando soube que o homicídio do filho tinha sido cometido por Vanderson, ficou em choque. Ela revelou que não o viu como suspeito em nenhum momento.

“Ele foi ao velório do meu filho, mas não quis entrar, falou que estava passando mal. Meu esposo conversou com ele, mas sem saber que ele era o assassino do nosso filho. Nós não suspeitávamos dele, porque o Pedro não tinha inimigos. Pensávamos até que teria sido cometido por um passageiro, mas ele não fazia mais corridas, e no dia do crime ele tava com  umas amigas no shopping”.

“Como ele era o mais ligado com o Pedro, meu marido foi atrás dele para saber se ele sabia de algo sobre a morte do nosso filho. Isso foi três dias após o crime. E meu marido disse que ele foi super dissimulado, cínico, falando que não sabia de nada, que não tinha visto o Pedro naquele dia. Ele também não deu muita conversa para o meu marido. O meu esposo falou que achou ele estranho, mas mesmo assim, não desconfiamos dele, achamos que ele estivesse abalado com a morte do meu filho”, contou.

“Quero pena máxima”

Mesmo com a prisão de Vanderson, Nádia diz que só vai ficar em paz se o ver pegar a pena máxima no julgamento.

“Esse julgamento é a única coisa que está me mantendo viva. Estou batalhando por justiça. Porque está sendo difícil, ele era meu filho único. Ele era um filho bom, carinhoso. A única coisa que está me deixando viva é essa sede de justiça, porque se eu não tivesse isso, já teria tirado a minha vida. Ele era o meu único filho, meus sonhos foram acabados. Eu tinha muita vontade de ser avó, amo criança, sou professora e pedagoga e sempre conversava com ele sobre isso, que queria minha casa cheia de netos. Ele era meu tudo”, disse a mãe, emocionada.

Reprodução

asssasino

Vanderson (em foto tirada na casa da vítima): ele confessou que matou Pedro por dívida de R$ 1,5 mil, alegando que não tinha como pagar

A professora, que vai depor como testemunha, diz que acredita na Justiça do País e que o réu vá pagar por ter tirado a vida de seu filho.

“As pessoas não acreditam nela, dizem que a justiça do Brasil é falha, mas eu ainda acredito. A nossa justiça tem falhas, porque se a pessoa que cometeu um crime desses ficasse presa para o resto da vida, o outro ia pensar duas vezes antes de matar, porque ele ia saber que a mentira tem perna curta e ele ia ser descoberto um dia”, criticou.

“Eu espero que ele pegue a pena máxima, porque eu acho ele um perigo para a sociedade. Acho que uma pessoa que mata um amigo, um irmão, que vivia dentro da casa dele, imagina o que ele faz com uma pessoa que não é amigo? Ele disse que era porque devia R$ 1,5 mil para o Pedro de um som que ele tinha comprado e achou melhor tirar a vida dele.  Já pensou? Uma pessoa tirar a vida da outra por causa de R$ 1,5 mil? Ele sabia que o Pedro não ia cobrar ele. Nós somos pobres, mas nunca faltou nada pra ele [Pedro]”.

A mãe de Pedro também acredita que o réu teve ajuda de mais pessoas e espera que os cúmplices também respondam pelo homicídio.

“Há cúmplices e eu acho que deveria ter ido mais em cima disso, mas mesmo assim, agradeço a delegada, que foi ágil nas investigações”, declarou.

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