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Ministério Público pode denunciar padre de Tapurah por declarações homofóbicas

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O Ministério Público do Estado de Mato Grosso instaurou procedimento investigatório para apurar as declarações homofóbicas feitas durante uma missa por um padre da Igreja Católica, no Município de Tapurah (433 Km ao Norte de Cuiabá).

O padre Paulo Antônio Muller, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, chamou um jornalista da TV Globo e o marido de “dois viados” durante missa no domingo (13).

O MPE informou que vai aputar os fatos e colher os subsídios necessários para a adoção de medida judicial cabível.

“O Ministério Público Estadual, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos e Diversidades, repudia qualquer tipo de discurso de ódio. Reitera que as declarações efetuadas pelo padre extrapolaram a liberdade religiosa e que podem, até mesmo, resultar na propositura de medidas extrajudiciais, de ação civil pública por dano moral coletivo causado à sociedade, bem como ação penal, por eventual crime cometido”, disse o órgão, por meio da assessoria de imprensa.

Na ocasião, o padre Paulo Muller comentava uma declaração de Dia dos Namorados que o repórter Erick Rianielli fez para o namorado, durante edição do telejornal “Bom dia, RJ”

“Meu amor, meu marido, eu te amo. Feliz Dia dos Namorados para nós e para todos os casais apaixonados que estão nos assistindo. Que todos tenham um Dia dos Namorados maravilhoso. Agora, Pedro, vê se faz o jantar para gente, me dá essa força aí”, brincou o jornalista.

Durante a missa, o pároco criticou a declaração de Erick. De acordo com ele, um “namoro não se faz como a Globo mostrou”.

“Dois viados, me desculpa, mas dois viados. Um repórter e um viadinho, chamado Pedrinho. ‘Prepara meu almoço que estou chegando com saudade’. Rídiculo”, disse o padre, simulando uma voz fina.

Paulo continuou com o discurso.

Em seguida, ele pediu que os fiéis peguem a Bíblia para verem que Deus “criou homem ou mulher”.

Para ele, a união entre gays e lésbicas não pode ser chamada de casamento, pois é um “sacrilégio”.

Ainda segundo o padre, o amor existe apenas entre homem e mulher.

“Deus criou homem e mulher, isso é casamento. Que chamem a união de dois viados e duas lésbicas como querem, mas não de casamento, por favor. Isso é falta de respeito com Deus, isso é sacrilégico, blasfêmia. Casamento é coisa bonita e digna”, criticou.

No Facebook da paróquia, dezenas de internautas criticaram a atitude do padre em vídeo de transmissão da missa de domingo (13).

“Jamais o preconceito pode ser opinião. Seja qual for o posicionamento da sua fé, você não deve nunca professar seu preconceito. Homofobia é crime e você vai ser penalizado por isso. Um sacerdote se dando a esse papel é muito decepcionante”, escreveu Cleccio Tavares.

Mídia Jur

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