Os tempos em que profissionais da comunicação tinham eleição garantida parecem ter ficado no passado.
Diferentemente de outrora, quando comunicadores alcançavam grande sucesso na política, os candidatos ligados à mídia do Vale do Arinos enfrentaram dificuldades nas eleições de 2024 e nenhum deles conseguiu se eleger.
Esse fenômeno não é exclusivo da região. No cenário nacional, São Paulo, por exemplo, teve a candidatura do apresentador José Luiz Datena, um dos maiores comunicadores e apresentadores de programas policiais do país. Candidato a prefeito, Datena não conseguiu nem 2% dos votos, exemplificando o declínio da força midiática nas urnas.
Mato Grosso também já teve grandes comunicadores que construíram carreiras políticas a partir da popularidade conquistada no rádio e na TV, mas o contexto mudou.
Em Juara, o veterano da comunicação, Aparício Cardoso, conhecido por seus dois mandatos como vereador nos anos 2000, quando ainda era uma das vozes mais influentes do rádio, se lançou novamente na disputa eleitoral em 2024. No entanto, ele obteve apenas 177 votos, número muito distante do necessário para retornar à Câmara.
Outro nome da mídia em Juara que tentou a sorte foi o repórter Eberth Rodrigues, que conseguiu 252 votos, um pouco mais que Aparício, mas também insuficiente para se eleger. Fernando Antônio, outro radialista de Juara, terminou com 198 votos.
A tendência se repetiu em outra cidade do Vale do Arinos, onde representantes da mídia tentaram entrar para a política. Em Tabaporã, Everton da Rádio somou apenas 26 votos, enquanto Adilson Repórter obteve somente 8 votos.
Essa mudança reflete o cenário atual, em que a popularidade no rádio e na TV, que antes era uma vantagem decisiva nas eleições, já não tem mais o mesmo peso. Os eleitores, agora, parecem buscar perfis políticos diferentes, talvez mais ligados a novas lideranças ou propostas, do que à fama conquistada através da comunicação.
Fonte: Porto Noticias
