O Brasil já vem trabalhando com estratégias para reduzir a emissão de metano na pecuária do país. Conforme informações de Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “O tema foi abordado em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, 8 de novembro de 2021, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)”, diz. O Brasil foi uma das nações que aderiram ao compromisso global para redução das emissões de metano durante a COP 26, em Glasgow.
Entre as estratégias que já são utilizadas para reduzir a emissão de metano na pecuária brasileira estão o melhoramento genético de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis para os animais e o melhoramento genético dos animais, que permite o abate precoce. Também está em estudo a utilização de aditivos que podem ser agregados na alimentação animal, com substâncias como taninos e óleos essenciais.
Nos últimos 10 anos, o Brasil reduziu de 48 para 36 meses o tempo de abate. Quando o animal fica menos tempo no campo, ele vai produzir menos metano. “Além da redução da emissão, o Brasil já trabalha na compensação de emissões, como os sistemas Integrados de Lavoura-Pecuária e Floresta (ILPF) que hoje ocupa 17 milhões de hectares”, explica Carlos César Floriano.
O Brasil é parte da solução e é necessário estar engajado em todas essas iniciativas para manter 1,5ºC de crescimento de temperatura em relação aos níveis pré-industriais.
Segundo Carlos César Floriano, “Entre as metas do ABC+ até 2030 estão a adoção de tecnologias sustentáveis em mais de 72 milhões de hectares de áreas degradadas e a mitigação de 1,1 bilhão de toneladas de CO² equivalente, superando o recorde alcançado pela fase anterior do plano ABC”, esclarece.
O acordo assinado em Glasgow pelo Brasil prevê uma meta global de 30% de redução de emissões de metano até 2030, e cada país irá avaliar, de acordo com suas possibilidades, as ambições que serão possíveis de alcançar. Além da emissão da pecuária, outras áreas como os lixões urbanos e a extração de petróleo também devem ser avaliadas.
Para os integrantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o país mostrou na COP26 que vem fazendo o seu dever de casa na produção agropecuária. O Brasil mostrou dados, informações e mapas demonstrando claramente que a agricultura há mais de três décadas é sustentável, vem percorrendo um caminho de descarbonização e a tecnologia está no centro de toda essa evolução”.
Carlos César Floriano e o acesso às tecnologias
Em conversa com a imprensa, os representantes do Mapa e da Embrapa também falaram sobre as formas de incentivo e acesso dos produtores brasileiros a essas tecnologias modernas e sustentáveis. “O grande desafio é fazer com que todos os produtores rurais brasileiros, inclusive os pequenos, tenham acesso a essas novidades”, diz Carlos César Floriano. Para isso, é necessário também o apoio da iniciativa privada, do terceiro setor, de várias entidades que levam a tecnologia ao campo.
Foi lembrado também que o Plano Safra já elevou neste ano os recursos disponíveis para financiar tecnologias sustentáveis, especialmente dentro do Plano ABC.
O Plano Safra do ano que vem será absolutamente verde terá muito recurso para boas práticas agropecuárias e o Brasil vai se organizar para fazer com que esse recurso não falte lá na ponta. “Lembrando que também poderá haver recursos internacionais para implementação de pesquisas nesta área”, explica Carlos César Floriano.
Assessoria