O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu na 2ª feira (29.jun.2020) expulsar a embaixadora da UE (União Europeia) no país, depois do bloco europeu anunciar sanções contra 11 funcionários do governo venezuelano por agirem contra os representantes eleitos democraticamente para a Assembleia Nacional.
Durante uma cerimônia no Palácio de Miraflores, Maduro afirmou que deu prazo de 3 dias para que Isabel Brilhante Pedrosa, a representante diplomática da UE, deixe a Venezuela. “Quem são eles para tentarem se impor através de ameaças? Já basta! Por isso, decidi dar 72 horas para que a embaixadora da União Europeia abandone nosso país“, disse Maduro.
Entre os 11 venezuelanos punidos com as sanções europeias está Luis Parra, que se proclamou presidente da Assembleia Nacional com o apoio de um grupo minoritário de deputados fiéis a Maduro, em detrimento ao líder oposicionista Juan Guaidó.
Maduro inclusive ofereceu ajuda à delegação da UE para encontrar um voo de volta para a Europa, em meio aos vários cancelamentos ocorridos em razão da pandemia de covid-19. O presidente disse que, se os representantes europeus não respeitam seu governo, devem deixar o país. “Deve-se respeitar a Venezuela em sua integridade, como nação, como instituição“, afirmou.
A UE sustenta que as sanções têm como alvo os responsáveis por ações contra o funcionamento democrático da Assembleia, através da remoção da imunidade parlamentar de vários de seus membros, inclusive do próprio Guaidó.
Bruxelas também condena a existência de processos judiciais por motivos políticos, assim como a criação de obstáculos para uma solução política para o país e as graves violações aos direitos humanos e restrições de liberdades fundamentais.
A nova leva de sanções aumenta para 36 o número de venezuelanos sujeitos às punições da UE, que incluem proibições de viagens para os países do bloco e o congelamento de bens e ativos no continente.
Segundo Maduro, as medidas revelam a “posição arrogante” do bloco europeu, que acusou de agir com “racismo” contra o país latino-americano. “A UE acaba no rastro de [Donald] Trump. Que vergonha“, afirmou, acusando Bruxelas de “se ajoelhar” para o presidente dos Estados Unidos.