Home Política Câmara aprova privatização da Eletrobras; Rosa Neide vota contra

Câmara aprova privatização da Eletrobras; Rosa Neide vota contra

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Em uma noite triste para o País, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (19), por volta das 21h, a privatização da Eletrobras. O substitutivo à Medida Provisória (MP) 1.031/2021 do governo Bolsonaro foi aprovado por 313 x 166, com 05 abstenções. A deputada federal Professora Rosa Neide e toda bancada do PT votaram contra. Os parlamentares ainda discutem emendas ao texto.

“Nenhum país sério do mundo privatiza seu parque de geração energética. Todo País soberano resguarda sua capacidade energética e suas bacias hidrográficas”, lamentou Rosa Neide.

Em artigo divulgado na imprensa na terça-feira (18), a parlamentar informou que ao contrário do que pregam os neoliberais privatistas do governo Bolsonaro, liderados pelo ministro da Economia Paulo Guedes, a Eletrobras é uma empresa sólida e lucrativa.

“A empresa possui 233 usinas hidrelétricas, que produzem praticamente um terço da energia consumida no Brasil, com 70 mil quilômetros de linhas de transmissão, suficientes para dar uma volta e meia ao redor da Terra. Além disso, a Eletrobrás é responsável por garantir o armazenamento de 50% da água utilizada na geração de energia do País, sendo, portanto, a maior gestora das bacias hidrográficas do Brasil”, disse.

Para a deputada, a privatização da estatal representa a entrega da soberania do Brasil sobre seu parque de geração elétrica e sobre suas reservas hídricas. “É muito triste, o desmonte que esse desgoverno está fazendo no nosso País”, lamentou Rosa Neide.

Especialistas

Especialistas do setor elétrico afirmaram mais cedo na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara, que a privatização vai prejudicar o povo brasileiro. Eles apelidaram a proposta do governo de “MP do apagão e do tarifaço”.

Ex-ministro de Minas e Energia no governo Lula e ex-presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner mostrou a predominância mundial de controle estatal sobre o setor, inclusive em países como Estados Unidos e Canadá. Segundo Hubner, a Eletrobras desestatizada vai beneficiar apenas o Tesouro Nacional, os acionistas e os investidores de áreas específicas. “Muito mais grave do que vender o controle da Eletrobras, é vender todo o patrimônio de nossas usinas já completamente amortizado e capaz de gerar energia a preço baixíssimo”, alertou.

Representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Fabíola Antenaza prevê duplo prejuízo para o consumidor, com risco de aumento na conta de luz e nos preços dos produtos industriais e comerciais que tendem a sofrer reajustes diante da elevação dos custos da energia elétrica.

O presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Paulo de Tasso, acrescentou a preocupação com os riscos para o abastecimento de energia nos estados da região Norte, nas áreas rurais e nas comunidades carentes. “É a ameaça de apagão no Brasil. E, de quebra, em vez de ‘Luz para Todos’, vai ser luz para alguns, aqueles mais aquinhoados que têm recursos nas zonas urbanas”, afirmou. (Com informações da Agência Câmara).

 

 

Assessoria de Imprensa

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