A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. O percentual mostra que 12 milhões de pessoas estão em busca de uma colocação profissional, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado apresentado pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) é 0,9 ponto percentual inferior ao apurado no trimestre anterior, encerrado em outubro, e representa a menor taxa para o período desde 2016.
A queda da população desocupada no período compreendido entre novembro e janeiro equivale a uma redução de 858 mil pessoas (-6,6%) no número de desempregados em relação aos três meses encerrados em outubro.
O estudo aponta ainda para crescimento de 1,6% no volume de profissionais inseridos no mercado de trabalho no Brasil. A soma faz com que o Brasil tenha, aproximadamente, 95,4 milhões de pessoas ocupadas.
Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o setor de comércio influenciou positivamente o resultado. “A população ocupada no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas já supera a registrada no período pré-pandemia”, afirma ela.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 34,6 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. A alta, de 2% contra o período anterior, representa mais 681 mil pessoas com empregos formais.
Diante do resultado, Adriana avalia que janeiro manteve a tendência de retomada dos empregos celetistas dos últimos meses. “O resultado neste índice é relevante e demonstra a repetição do movimento de expansão verificado no segundo semestre do ano passado”, afirma a pesquisadora.
Ela recorda que, no trimestre encerrado em outubro, a alta do número de trabalhadores com carteira assinada foi de 4,1%, enquanto a taxa de julho mostrou alta de 3,1%. Entre as atividades, destacou-se o crescimento da carteira de trabalho no trimestre atual no comércio e na indústria.
Assim como a taxa de desocupação, o rendimento real habitual voltou a cair e agora figura em R$ 2.489, remuneração média 1,1% menor em relação ao trimestre encerrado em outubro e uma queda ainda maior, de 9,7%, em comparação ao mesmo trimestre de 2021.
De acordo com o levantamento, nenhuma categoria apresentou alta no rendimento no período. Na indústria, houve queda de 4,1%, ou menos R$ 102, mesmo com alta na ocupação com empregos com carteira assinada.
Também houve diminuição nas remunerações médias pagas pelo setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. A queda de 2,1% equivale a um salário médio R$ 76 inferior pago aos trabalhadores do setor.
“A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, explica Adriana Beringuy. “Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores”, completa ela.
R7