Home Brasil Responsável por mais da metade das riquezas, setor de serviços cresce pelo terceiro mês seguido

Responsável por mais da metade das riquezas, setor de serviços cresce pelo terceiro mês seguido

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Depois de fechar o primeiro semestre com alta de quase 5%, o volume de serviços prestados no Brasil manteve a trajetória positiva e cresceu 0,5% em julho, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Com a terceira expansão mensal seguida, o setor responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional acumula ganho de 2,2% no período e passa a operar 12,8% acima do patamar pré-pandemia e 0,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), alcançado em dezembro do ano passado.

Rodrigo Lobo, gerente responsável pela pesquisa, afirma que a alta põe o setor no segundo nível mais alto da série histórica. “O que temos observado é que, em 2023, os serviços vêm mês a mês com resultados muito próximos ao ponto mais alto da série”, ressalta ele. No ano, o setor acumula alta de 4,5% ante o mesmo período do ano passado. Já no acumulado em 12 meses, a expansão é de 6%.

“As forças que operaram dentro do setor no ano passado continuam atuando, como o transporte de cargas, em função do aumento da produção agrícola e do comércio eletrônico, e os serviços de tecnologia da informação, beneficiados pela busca das empresas que queriam oferecer seus bens e serviços nas plataformas digitais”, analisa Lobo.

O crescimento do volume de serviços no país ante o mês anterior foi acompanhado por apenas 13 estados, com destaque para Rio de Janeiro (1,4%), Goiás (5,6%), Bahia (2,9%), Mato Grosso (3%) e Ceará (3,3%). Já as maiores influências negativas vieram do Distrito Federal (-2,9%), São Paulo (-0,1%), Pará (-3%), Rio Grande do Sul (-0,6%) e Espírito Santo (-1,8%).

No mês, três das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo positivo, com destaque para os transportes (0,6%), setor com o maior impacto sobre o resultado geral do índice. Com o avanço de julho, o segmento de transportes se recuperou da variação negativa do mês anterior (-0,4%).

A principal influência para o resultado veio do transporte de cargas, que avançou 1,4%, a terceira taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,8% nesses três meses. Com isso, o transporte de cargas atingiu novamente o ponto mais alto da sua série histórica. Entre as atividades que fazem parte do setor, o rodoviário de cargas foi o maior responsável pela alta de julho.

Lobo ressalta que uma das explicações para o crescimento da atividade de transporte rodoviário de cargas desde o pós-pandemia é a mudança de paradigma em relação ao comércio eletrônico, que teve um boom com a migração das lojas físicas para as plataformas digitais.

“Hoje esse fator perde para a questão agrícola, uma vez que o LSPA vem prevendo uma série de recordes de safra para o milho e a soja. Isso aumenta muito a demanda do transporte de cargas, tanto pelo fluxo de insumos, como os fertilizantes, quanto pelo próprio escoamento da produção agrícola”, analisa o pesquisador.

Famílias
Os serviços prestados às famílias, por sua vez, cresceram 1% e acumulam um ganho de 4,9% entre abril e julho. Trata-se do quarto resultado mensal positivo seguido da atividade. “Os principais impactos vieram da alta das receitas das empresas de restaurantes, hotéis e parques de diversão, que costumam crescer nos períodos em que as famílias saem de férias”, diz Lobo.

O setor de serviços prestados às famílias continua como o único a não superar o patamar pré-pandemia. Em julho, ele operava 1,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020, o menor distanciamento já registrado.

Quedas
Por outro lado, as duas atividades investigadas pela pesquisa que tiveram resultados negativos em julho foram os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e informação e comunicação (-0,2%). No caso do primeiro setor, a queda veio após um crescimento de 1,1% no mês anterior.

De acordo com Lobo, a retração nos serviços profissionais, administrativos e complementares é explicada principalmente pela perda de receita de empresas de atividades jurídicas, que haviam crescido no mês anterior devido a ganhos de causas judiciais. Outras perdas do setor partiram das empresas de administração de cartões de desconto e de programas de fidelidade e daquelas que atuam com consultoria em gestão empresarial e de serviços de limpeza.

Já a atividade de informação e comunicação ficou no campo negativo pelo segundo mês seguido na comparação com o mês anterior. “Em julho, os setores que mais influenciaram esse resultado foram os de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, de desenvolvimento e licenciamento de softwares e de distribuição de programas de TV”, observa Lobo.

R7

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