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A indignada promessa de vingança do Irã após morte do general Qasem Soleimani em ataque dos EUA

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Após a morte nesta sexta-feira (2/1) do general iraniano Qasem Soleimani, líder da força de elite da Guarda Revolucionária (Quds), provocada por um ataque dos EUA no Iraque, o Irã prometeu uma “vingança severa”.

O ataque contra Soleimani — ocorrido quando ele e sua comitiva deixavam o aeroporto de Bagdá, capital do Iraque — foi executado por ordem do presidente Donald Trump, segundo confirmado pelo Pentágono.

A morte de quem era considerado o segundo homem mais poderoso no Irã, só atrás do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, foi confirmada também pela Guarda Revolucionária do Irã.

O ataque, segundo a correspondente internacional da BBC Lyse Doucet, propiciará uma “escalada em uma situação que já é extremamente tensa e volátil”.

Soleimani não era só a figura militar mais poderosa do país, considerado o cérebro por trás da enorme ambição do Irã no Oriente Médio, mas também o verdadeiro chanceler em temas de guerra e paz, diz Doucet.

Após a notícia da morte, Khamenei decretou três dias de luto nacional e afirmou que haverá uma “severa vingança aos criminosos” por trás do ataque.

Javad Zarif, ministro de Relações Exteriores do Irã, descreveu o ataque como “um ato de terrorismo internacional” e afirmou que os EUA “é responsável por todas as consequências de sua desonesta postura aventureira”.

Zarif, que classificou Soleimani como o inimigo mais efetivo do grupo autointitulado Estado Islâmico, da Al Qaeda e de outros grupos extremistas, avaliou o ataque como uma “escalada extremamente perigosa e burra”.

“A brutalidade e a estupidez das forças terroristas americanas ao assassinar o comandante Soleimani… farão sem dúvida que a árvore da resistência na região e o no mundo seja mais próspera”, disse Zarif.

Mohsen Rezaei, ex-comandante da Guarda Revolucionária, disse que o Irã se “vingaria vigorosamente” dos EUA.

Um porta-voz do governo iraniano afirmou que o principal órgão de segurança do país se reuniria nas próximas horas para discutir “o ato criminoso do ataque”.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse em um comunicado que o “Irã e as outras nações livres da região se vingarão deste horrível crime dos criminosos EUA”.

A morte, segundo o comunicado, “redobrou a determinação da nação do Irã e de outras nações livres para se opor à intimidação dos Estados Unidos”. O texto foi divulgado na TV.

As autoridades iranianas foram categóricas, diz Doucet. “Este é um ato de guerra que será respondido com uma ‘dura vingança’.”

O Irã tem “muitas formas e meios para contra-atacar agora que esta crise antiga entrou repentinamente em um novo e perigoso capítulo”, diz Doucet.

O correspondente da Al Jazeera em Teerã, Dorsa Jabbari, concorda com esse ponto de vista e assinala que se espera uma resposta contundente do Irã.

“Há uma clara indicação de que, em algum momento, haverá uma resposta militar.”

“(O ataque) foi interpretado como um ato hostil contra um general iraniano que não estava ali (em Bagdá) em missão militar oficial. Qasem Soleimani estava no Iraque na qualidade de assessor”, diz Jabbari.

“O líder supremo disse que esse glorioso, grandioso e grande combatente passou agora a ser um mártir. Disse que havia sido um dos grandes seguidores do falecido aiatolá Khomeini, o fundador da Guarda Revolucionária”.

“Sua morte por mãos dos EUA é vista como um ato de guerra, e certamente receberá uma resposta muito forte”, disse Jabbari.

Revolta no Iraque

O ataque americano também provocou revolta entre milícias xiitas iraquianas aliadas do Irã. Abu Mahdi al-Muhandis, líder de uma dessas milícias, estava com Qasem Soleimani no momento do ataque e também morreu.

Várias milícias iraquianas prometeram vingar as mortes.

O clérigo xiita Muqtada al-Sadr disse que o ataque “mirou a jihad, a oposição e o espírito revolucionário do Estado”.

Ammar al-Hakim, clérigo xiita e líder do movimento Al-Hikma, disse que o ato foi uma “flagrante violação da soberania do Iraque”.

O Movimento Al-Nujaba, um grande grupo xiita cuja fundação é atribuída ao Irã, divulgou um comunicado no qual afirmou que os EUA se arrependeriam “do ato estúpido que cometeram”.

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