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A pedra que resolveu rolar. Por Rose Correia

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Já ouviu o provérbio: Pedra que rola, não cria limo?

Pra quem ainda não sabe; o termo limo é uma matéria formada por pequenas algas que podem crescer em ambientes úmidos, escuros e de pouco movimento. A presença do limo pode resultar em vários pontos negativos, a começar pelo impacto visual que causa no ambiente. Muitas vezes o limo esconde a beleza do lugar.

 Pois bem; aqui está a pedra que resolveu rolar.

 Ela, se recusou a criar “limo”, permanecer imóvel em um único lugar. Então saiu rolando pelo mundo, enfrentado novos desafios, belezas raras, labutas da vida, culturas diversificadas, entre tantas outras coisas que o mundo proporciona.

Ela achava as outras pedras um tanto monótonas, estavam fadadas e aceitar seu destino, sempre na mesma posição, mesmo amanhecer, mesmo anoitecer, as mesmas ventanias e vendavais, noites sombrias em meio a temporais o sol escaldante do meio dia, nem ao menos refletia nas pedras que ali permaneciam, pois o limo havia se tornado sua eterna companhia.

Enquanto isso, a pedra rolava para todos os lugares do mundo, ela estava esbranquiçando de tanto rolar, porém era algo que não a incomodava, ela até gostava da tonalidade e aspecto de seu ser, a única bagagem que carregava era o saber e o conhecimento que havia adquirido, pelos lugares que havia percorrido, porém, sabia muito bem que isso também não seria para sempre.

 Ela era bem resolvida, não se importava com opiniões alheias, enquanto opinavam a pedra rolava para outras dimensões contente por ter liberdade e ter privilégio de comtemplar os espetáculos incontáveis de sua jornada.

Rolar não era problema; acumular “limo” sim. Não era apegada a “limo”, gostava de ser livre, viver o momento, o instante, sentir novas sensações.

Ao longo de sua jornada pode compreender, o mundo é vasto e desconhecido, se permanecer seria esquecida, mas rolar também não fazia dela uma pedra eternamente conhecida, poderia até ser por alguns, mas, por outro ângulo sempre teria alguém que nunca a irá conhecer.

Assim, como a galáxia, que desde os tempos primórdios é estudada, jamais será completamente desvendada. Para a pedra servia de inspiração, continuar rolando sem perder a direção.

Seria talvez permanecer como as outras uma opção de não compreender que tudo é em vão. Já não fazia sentido, ser diferente ao ser monótona, não tem distinção, senão pelo “limo” aqui em questão.

Porém, para ela não fazia sentido de todos os modos que havia vivido, se lá no final é tudo igual ser pedra rolante ou pedra normal.

De todo o “limo” em que desprendeu o mesmo destino a surpreendeu, com “limo” sem “limo” pedra seria, nem mesmo a galáxia seu modo mudaria.

Rolante ou monótona, com “limo” ou sem o final é o mesmo, seria lembrada, seria esquecida, enquanto reluta, continua rolando, e nem é de pedra que estou falando.

Por. Rose Correia. 27/11/2024.

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