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Diretor do Ibama cai após queima de máquinas de garimpeiros em operação em terras indígenas

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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, exonerou nesta terça-feira, 14, o diretor de proteção ambiental (Dipro) do Ibama, Olivaldi Alves Borges Azevedo. A saída foi determinada diretamente pelo ministério, apesar de Olivaldi ser subordinado à presidência do Ibama.

A demissão de Olivaldi está diretamente ligada à operação realizada pelo Ibama na semana passada, no Pará, quando agentes de fiscalização do órgão ambiental estouraram um garimpo dentro de terras indígenas, atividade que é proibida por lei. Na ação, os fiscais do Ibama queimaram as estruturas dos garimpos e as máquinas usadas para a extração ilegal. A queima de equipamentos é uma medida legal, prevista nessas operações e, inclusive, necessária para a segurança dos próprios agentes, já que, em muitas ocasiões, a remoção é extremamente difícil e arriscada, devido a riscos de emboscada.

Esse tipo de operação, porém, desagrada profundamente o presidente Jair Bolsonaro, que já falou em diversas ocasiões sobre sua “determinação” para que nada seja queimado. O ministro Ricardo Salles evita falar sobre o assunto e limita-se a dizer que não mexeu na lei que permite a destruição das máquinas. Salles, no entanto, é favorável à orientação de Bolsonaro.

A operação dos agentes do Ibama no Pará, noticiada na semana passada, foi ao ar em uma reportagem detalhada do Fantástico, na TV Globo, no último domingo. Segundo fontes do Ibama, as cenas de destruição do aparato criminoso incomodaram o governo e foram a gota d’água para a saída de Olivaldi.

Major da Polícia Militar, Olivaldi foi nomeado em janeiro de 2019 pelo presidente Bolsonaro. O Estado apurou que, nesse tempo de pouco mais de um ano no cargo, chegou a pedir para deixar o Ibama ao menos três vezes, mas acabou permanecendo no posto.

Em março do ano passado, logo depois que assumiu a diretoria do Ibama, Olivaldi Alves foi o responsável pela exoneração do servidor do Ibama que multou o então deputado federal Jair Bolsonaro em 2012, por pesca irregular em uma área de proteção ambiental no Rio.

Naquela ocasião, questionado pelo Estado sobre o motivo da sua decisão de mandar dispensar José Olímpio Augusto Morelli, que atuava em um cargo de comissão na Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro), Olivaldi se esquivou. “Não quero comentar. O presidente do Ibama é que deve saber o que falar, o ministro. Eu fiz o que devia fazer pelos meus motivos. Se você acha que são pelos seus motivos que você acha…”, e desligou, encerrando a ligação.

Um dia antes da nomeação de Olivaldi para o cargo, o Ibama anulou a decisão que multou em R$ 10 mil Bolsonaro pela pesca irregular, em Angra dos Reis, no litoral fluminense.

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