Home Política Ex-deputado Riva fecha delação com MP e aceita devolver R$ 50 milhões em MT

Ex-deputado Riva fecha delação com MP e aceita devolver R$ 50 milhões em MT

5 min ler
0

O ex-presidente da Assembleia Legislativa José Geraldo Riva e o Ministério Público de Mato Grosso, enfim, assinaram um acordo de colaboração premiada com ressarcimento aos cofres públicos superior a R$ 50 milhões. O acordo se encontra nas mãos do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) Marcos Machado, que decidirá se homologa ou não a delação.

As negociações, que se iniciaram no início de 2019, foram concluídas em dezembro passado, sob a coordenação da procuradora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Ana Cristina Bardusco Silva. Logo após a assinatura, a delação foi encaminhada para a presidência do TJ para distribuição.

Conforme a reportagem apurou, o acordo engloba a proposta de aditamento da colaboração premiada feita pela defesa e que foi publicado com exclusividade pela A Gazeta em outubro do ano passado. Nos documentos, o ex-deputado detalhou que, durante os 20 anos que atuou como deputado (1995-2014), houve pagamentos de propina para 38 deputados com o objetivo de apoiarem o governo do Estado.

O valor total do esquema chegou a R$ 175,7 milhões. Segundo a delação de Riva, o esquema funcionou nos governos Dante de Oliveira (1995-2002), Blairo Maggi (2003-2010) e Silval Barbosa (2010-2014). Neste mesmo período, Riva ainda afirma que foram gastos mais de R$ 38 milhões para a compra das eleições da Mesa Diretora do parlamento matogrossense.

A colaboração ainda se encontra em sigilo. Porém, existem rumores de que Riva teria citado membros do Ministério Público e magistrados em seus relatos. O ex-parlamentar, que atuou na política mato-grossense de 1995 a 2014, teve grande influência política, presidindo o Legislativo por vários mandatos.

As negociações entre José Riva e o MP de Mato Grosso se iniciaram logo após a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ter negado, em dezembro de 2018 por unanimidade, o seu

agravo contra a decisão do ministro Luiz Fux, que anulou o acordo de delação premiada, firmado em 15 de novembro de 2017, ainda no âmbito da Operação Ararath. Na decisão, o relator, ministro Alexandre de Moraes, manteve o entendimento de Fux por acreditar que Riva teria cometido novos crimes durante a instrução processual.

Ele e Fux foram seguidos pelos demais julgadores, os ministros Marco Aurélio, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.

A suspeita é que Riva teria falsificado documentos e obstruído as investigações sobre crimes praticados por ele. Ele foi alvo de busca e apreensão na 14ª fase da operação Ararath,

deflagrada no dia 15 de dezembro de 2017, um mês após a sua delação premiada ter sido homologada.

Na ocasião, a casa de Riva foi alvo de busca e apreensão, com o objetivo único e exclusivo de apreenderem os seus celulares.

Carregue mais postagens relacionados
Carregue mais por Porto Notícias
Carregue mais em Política
Comentários estão fechados.

Verifique também

Mulher procura pelo irmão João Ferreira Azevedo que segundo informações pode morar em Porto dos Gaúchos

Eva Ferreira Azevedo que mora em Cuiabá, entrou em contato com a redação pedindo ajuda par…