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Falta de acesso a esporte e lazer é fator de risco para atos infracionais de menores de idade em MT

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A falta de acesso ao esporte e ao lazer é um dos fatores de risco para início dos atos infracionais cometidos por adolescentes. Conclusão da dissertação de mestrado do servidor público Ueliton Peres de Oliveira, apresentada na quinta-feira (28.05) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O estudo abordou as condições em que um adolescente adentra a uma unidade socioeducativa.

Concursado desde 2010 no cargo de Analista do Sistema Socioeducativo, o profissional com graduação em educação física, buscou na vivência com os adolescentes em conflito com a lei basear sua pesquisa.

Outro resultado obtido por meio do estudo foi que a medida socioeducativa de internação conseguiu propiciar maior acesso às práticas de esporte e lazer aos adolescentes, se comparado com suas vivências anteriores à aplicação dessa medida. A pesquisa foi realizada a partir do Plano Individual de Atendimento dos adolescentes que passaram pelas unidades socioeducativas em 2017 e 2018.

O pesquisador ainda fez trabalho de campo em oito bairros de Cuiabá, cidade do Estado onde há maior incidência de jovens infratores, para detectar outros fatores que somam aos riscos de cometimentos de infrações às leis brasileiras. O objetivo foi identificar os espaços, equipamentos e conteúdo de esporte e lazer disponíveis a essas comunidades.

“O perfil desses adolescentes, em sua maioria, evidencia histórico de uso de drogas, significativa defasagem escolar e evasão, reincidência, falta de acesso aos meios culturais públicos, falta de cursos profissionalizantes e baixa inserção no mercado de trabalho. Além de observar que são advindos de famílias monoparentais (convívio com apenas um genitor), de baixa renda, não assistidos por Programas assistenciais do governo e histórico de envolvimento com a criminalidade”, argumenta.

Ainda segundo o servidor, a pesquisa mostrou que há opções de esporte nas unidades de ensino públicas, mas muitos dos jovens deixam de frequentar a escola e ficam sem acesso à oportunidade recreativa e de inserção.

A pesquisa

A dissertação do servidor público com o título “Medidas Socioeducativas de Internação e suas Interfaces com o Esporte e Lazer”, foi apresentado na tarde de quinta-feira (28.05), na UFMT, por videoconferência, e foi aprovado por unanimidade pele banca composta por três professores doutores. O orientador do trabalho foi o professor doutor Riller Silva Reverdito.

Ueliton começou a atividade funcional no Centro de Atendimento Socioeducativo de Cáceres (214 km a Oeste de Cuiabá). Posteriormente, compôs o quadro de profissionais da Superintendência Socioeducativa, em Cuiabá e, atualmente, trabalha no setor de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).

“Esta pesquisa demonstrou que cada vez mais a inserção de políticas públicas nos vários níveis econômicos da sociedade traz bons resultados”, frisa.

Mato Grosso dispõe de sete unidades socioeducativas, masculinas e femininas, sendo duas em Cuiabá, Barra do Garças, Rondonópolis, Sinop, Cáceres e Lucas do Rio Verde.

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