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Remédio para artrite vai à última fase de testes em casos de covid-19

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Um estudo com o medicamento baricitinibe, conhecido como Olumiant e usado no tratamento de pessoas com artrite reumatoide moderada ou grave, avançou para a última fase de testes em pacientes internados por causa da covid-19.

O remédio já foi aprovado nas fases 1 e 2, que avaliam as doses e a segurança de sua utilização em humanos. Agora, o objetivo é avaliar sua eficácia para o tratamento de pacientes hospitalizados por causa da doença. Essa é a última etapa antes da possível aprovação para o uso da droga com o objetivo de tratar a covid-19.

A expectativa é aplicá-lo em pacientes nos Estados Unidos, América Latina e Europa. No Brasil, serão 100 participantes – 30 deles internados no Hospital Santa Paula, em São Paulo.

“São pacientes com idade acima de 18 anos e que tenham algum acometimento pulmonar moderado, como pneumonia, e sem precisar de ventilação mecânica”, explica Cristhieni Rodrigues, médica infectologista, doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Santa Paula.

De acordo com ela, dois pacientes já foram incluídos nos testes e um terceiro já está em avaliação. Os voluntários receberão 4 mg do medicamento ou placebo por 14 dias consecutivos ou até receberem alta do hospital. Todos serão monitorados por um período de 28 dias.

“Vamos avaliar a eficácia do medicamento na evolução dos sintomas clínicos, o tempo de internação, a necessidade de ventilação mecânica”, detalha a coordenadora do estudo.

A expectativa é que o baricitinibe, que pertence à classe dos imunobiológicos, consiga controlar a inflamação exacerbada observada em pacientes que desenvolvem complicações mais graves por causa da covid-19. Esse processo inflamatório é consequência da reação exagerada do próprio sistema imune na tentativa de combater a infecção pelo novo coronavírus.

“A própria imunidade começa a agredir órgãos-alvos como pulmão, rim e coração e o organismo não consegue diminuir esse fenômeno por si só. Foi observado que o medicamento inibe o sinalizador que teria o potencial de desencadear essa cascata de inflamação”, explica Rodrigues.

Ela acrescenta que o estudo é duplo cego, ou seja, pacientes e voluntários não saberão quem recebeu o baricitinibe ou o placebo. “Isso impede que haja qualquer viés durante a condução dos testes, que o paciente pense que melhorou porque está tomando algo”, destaca.

A especialista afirma que os resultados desta fase da pesquisa ser obtidos entre setembro e outubro.

 

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