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Talibã chega a Cabul e está prestes a tomar o poder no Afeganistão

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O Talibã está prestes a assumir o poder no Afeganistão, depois de chegar às portas da capital Cabul neste domingo (15), onde seus combatentes receberam ordens de não entrar, enquanto o governo se prepara para uma transição pacífica.

O movimento radical islâmico está a um passo de retornar ao poder, 20 anos depois de ser derrubado por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos por sua recusa em entregar o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, após os ataques de 11 de setembro de 2001.

“O Emirado Islâmico ordena a todas as suas forças que esperem nas portas de Cabul, não tentem entrar na cidade”, anunciou no Twitter Zabihullah Mujahid, um porta-voz do Talibã.

Os insurgentes também prometeram que não vão buscar vingança contra ninguém, incluindo soldados ou funcionários que serviram ao atual governo.

Apelando aos afegãos a “não se desesperarem”, o ministro do Interior, Abdul Sattar Mirzakwal, assegurou que ocorreria uma “transferência pacífica de poder” para um governo de transição.
O porta-voz dos insurgentes Suhail Shaheen confirmou à BBC que espera uma transferência pacífica de poder “nos próximos dias”.

“Queremos um governo inclusivo (…) o que significa que todos os afegãos farão parte dele”, disse.

Talibã assumiu controle de quase todo o país em 10 dias
Em apenas dez dias, os talibãs – que lançaram sua ofensiva em maio coincidindo com o início da retirada final das tropas americanas e estrangeiras – assumiram o controle de quase todo o país.

A derrota é total para as forças de segurança afegãs, que foram financiadas por 20 anos com bilhões de dólares pelos Estados Unidos, e para o governo do presidente Ghani, cuja renúncia parece inevitável.

O chefe de Estado apelou às forças de segurança para que garantam “a segurança de todos os cidadãos”.

“É nossa responsabilidade e faremos isso da melhor maneira possível. Quem pensar em criar caos ou saques será tratado com força”, disse ele em uma mensagem de vídeo.
O Talibã assumiu recentemente o controle de duas prisões perto da capital, libertando milhares de prisioneiros, e as autoridades temiam que os criminosos perturbassem a ordem pública.

Pânico em Cabul
Diante do colapso do Exército afegão, o presidente americano, Joe Biden, aumentou para 5 mil o número de militares mobilizados no aeroporto de Cabul para evacuar diplomatas americanos e civis afegãos que cooperaram com os Estados Unidos e que temem por suas vidas. O Pentágono estima o número total de pessoas a serem retiradas em cerca de 30 mil.

Como na véspera, os helicópteros americanos continuavam, neste domingo, seus voos entre a embaixada americana, um gigantesco complexo localizado na fortificada “zona verde”, no centro da capital, e o aeroporto, agora único caminho para deixar o país.

A embaixada americana ordenou que seu pessoal destruísse documentos e símbolos americanos que poderiam ser usados pelo Talibã “para fins de propaganda”.

Londres, por sua vez, anunciou a redistribuição de 600 soldados para ajudar os britânicos a partir. Vários países ocidentais reduzirão sua presença ao mínimo, ou mesmo fecharão temporariamente suas embaixadas.

Mas a Rússia declarou que não planeja esvaziar sua embaixada e disse que trabalha para organizar uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.

O presidente Biden ameaçou o Talibã com uma resposta “rápida e forte” no caso de um ataque contra os cidadãos americano durante a operação de evacuação.
Mas defendeu sua decisão de encerrar 20 anos de guerra, a mais longa dos Estados Unidos, apesar das críticas da oposição republicana.

“Um ano ou mais cinco anos de presença militar americana não teriam feito diferença, quando o Exército afegão não pode ou não quer defender seu próprio país”, opinou.

A Otan, por sua vez, estimou que é “mais urgente do que nunca” encontrar uma solução política para o conflito no Afeganistão. “Apoiamos os esforços dos afegãos para encontrar uma solução política para o conflito, que é mais urgente do que nunca”, disse um funcionário da Otan à AFP.

Em Cabul, o pânico toma conta. Lojas fecharam, engarrafamentos se formaram, policiais foram vistos trocando seus uniformes por roupas civis. Os bancos estava lotados de pessoas querendo sacar seu dinheiro. As ruas também ficaram lotadas de veículos tentando sair da cidade ou se refugiar em uma área considerada mais segura.

Da AFP

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