Home Política Wellington minimiza delação sobre propina de R$ 1 milhão: “Não virou nada”

Wellington minimiza delação sobre propina de R$ 1 milhão: “Não virou nada”

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Questionado se recebeu ilegalmente R$ 1 milhão na campanha de 2014, quando se elegeu senador, Wellington Fagundes (PL) preferiu minimizar a delação do empresário Pierre François Amaral de Moraes. Disse em entrevista ao programa Estúdio, da TV Cidade Verde, que não há o que falar sobre as acusações e argumentou que não responde a nenhum processo, nem na justiça comum nem na eleitoral. Lembrou ainda que as contas da campanha daquele ano foram aprovadas pelos órgãos fiscalizadores.

“Primeiro, não tem como emitir nota [se posicionar] daquilo que não tem origem. Então, em toda a minha vida política, não respondo a nenhum processo. É difícil achar algum político que não responda a nenhum processo. Então, falar é um direito de cada um. Agora, tem que provar. E isso aí é de 2014, minhas contas foram todas totalmente aprovadas pela Justiça Eleitoral, não devo nada de prestação de contas, nem nada a nenhum processo”, disse na noite desta quarta (24).

O senador também foi questionado se irá tomar alguma providência sobre a divulgação da informação por parte do seu adversário, o deputado federal cassado Neri Geller (PP). “Não tem nenhum procedimento a ser tomado. Como isso foi em 2014, não virou nada. Não tem o que falar”, minimizou o parlamentar.

Curiosamente, a pretensão de Neri ao divulgar o depoimento foi justamente criticar a letargia na investigação do caso, que ficou parado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Propina

Conforme o empresário Pierre François Amaral de Moraes  Wellington pediu uma “ajudinha” para conseguir recursos para a campanha, uma vez que François era amigo de Silval. Segundo o relato do delator, Wellington disse que ex-governador tinha prometido ajuda, mas não estava cumprindo. No depoimento, Pierre conta que esteve com Silval um dia após se encontrar com Wellington e o repasse da propina foi autorizado. Contudo, Silval reclamou dizendo que já estava ajudando Wellington, mesmo assim ira “pensar no que fazer” para contribuir mais. Depois disso, segundo o depoimento, foi autorizada a utilização da gratificação paga pela empresa Planserv, no valor de R$ 1 milhão.

Pierre contou que recorreu ao empresário Kaká, dono de um posto, na região do bairro Paiaguás, saída para Chapada dos Guimarães, para conseguir o dinheiro em espécie. Aos poucos, ele foi recebendo “pequenas” quantias de R$ 50 mil, R$ 80 mil, R$ 100 mil até juntar o total de R$ 500 mil. Esse último valor foi entregue ao próprio Wellington, então deputado federal, em seu apartamento  entre os dias 15 e 17 de setembro de 2014, ou seja, semanas antes das eleições de 2014. Na ocasião, Wellington teria informado a Pierre que precisava dos outros R$ 500 mil para pagar a última folha de pagamento da campanha eleitoral.

Diante do pedido, o empresário do setor de exploração e comércio de madeiras se comprometeu a entregar o restante dentro de 10 dias. E pediu emprestado o avião de Wellington, que concedeu. Pierre disse ao MPE que foi almoçar em São Paulo “com um amigo” e retornou direto para Rondonópolis, sendo recebido pelo motorista do senador e levado a casa dele, no bairro Copa Rondon, onde fez a entrega de R$ 500 mil para o filho de Wellington, João Antônio, já que o parlamentar não estava na residência. O dinheiro, segundo o depoimento, estava dentro de uma caixa de garrafas de vinho. Pierre conta que ficou poucos minutos com João Antônio, mas o orientou a entregar a quantia diretamente ao senador Wellington.

Fonte: RD News/Renan Marcel

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