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Avião de Riva tomado pela Justiça vira UTI Aérea e começa a operar em dezembro

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Um avião bimotor turbo-hélice, modelo Cheyenne II, está sendo adaptado para se transformar na primeira UTI aérea do Governo de Mato Grosso.

A aeronave, que ainda pertencente à família do ex-presidente da Assembleia Legislativa José Geraldo Riva, foi apreendida em 2015, durante a segunda fase da Operação Imperador e, dois anos depois, por decisão judicial, foi confiscada e disponibilizada à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

O Cheyenne está sob a tutela do Estado que, nesse caso, figura como fiel depositário, tal como prevê o Inciso IV, Artigo 665 do Código de Processo Civil. Ou seja, usufruirá do avião, se responsabilizando pela integridade do bem, até que haja o desfecho definitivo da Justiça quanto ao processo, uma vez que a decisão que disponibilizou o Cheyenne para uso do Estado, partiu da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, e foi assinada pela  juíza Ana Cristina Mendes.

O comandante do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), coronel da Polícia Militar, Juliano Chiroli, afirmou nesta quinta-feira (12) ao HNT/HiperNotícias que há um outro projeto paralelo junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) que, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), uma segunda aeronave também do modelo Cheyenne, poda ser disponibilizado ao Governo de Mato Grosso, para que também seja empregado no transporte aeromédico do Estado.

“Nós apresentamos esse projeto assim que o governador Mauro Mendes, iniciou o mandato dele. Desenhamos o emprego da aeronave, a formação de pilotos e através da Procuradoria Geral do Estado, nós peticionamos na Justiça Estadual, para que nós, na condição de operadores de aviação, recebêssemos essa aeronave da Justiça, na condição de fiel depositário e pudéssemos empregá-la na UTI Aérea”,

“O envolvimento de diversos órgãos como o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público, fez com que esse projeto saísse do papel e está se tornando realidade no Centro Integrado de Operações Aéreas”, emendou Chiroli.

Orgulhoso, o comandante do Ciopaer salienta que o mais importante da instalação da primeira UTI Aérea de Mato Grosso, é que ela dará agilidade à Sesp e à Secretaria de Saúde (SES) na missão de salvar vidas. Além disso, o custo-benefício, segundo ele, é outro fator que motivou o governo a absorver projetos como esse.

“A expectativa nossa, no que foi planejado, é que tenhamos ao menos de 45% a 50% de economia, na comparação ao que o Estado paga hoje com empresa terceirizada. Então, num único programa de governo, de um ano para o outro, o Estado passa a economizar quase 50%, o que demonstra como é vantajoso para o Ciopaer operar esse tipo de aeronave”, avaliou.

Esse modelo de aeronave [Cheyene II] é muito mais rápido do que o modelo usado atualmente pelo Ciopaer. Pelo projeto, chama atenção também o espaço interno da futura UTI aérea, que comportará um paciente deitado numa maca (ocupando lugar de três poltronas), mais um médico e um enfermeiro, além da tripulação (piloto e co-piloto).

“O governador foi enfático nesse ponto, ao passo em que nós absorvemos essa estrutura da UTI aérea, com o objetivo também de trazer redução de custos aos cofres do Governo do Estado”, observou.

Na comparação direta entre uma aeronave modelo Cheyenne II e um helicóptero, por exemplo, há mais vantagens do que desvantagens, segundo o comandante. Enquanto um helicóptero pode atingir uma velocidade de cerca de 250 quilômetros por hora (km/h), ao passo em que, o avião que virará UTI aérea tem a capacidade de atingir até 450 km/h, ou seja, poderá levar metade do tempo num atendimento de emergência.

“Um deslocamento de uma aeronave dessas que operamos hoje, com bimotores a pistão, até Alta Floresta [distante 800 quilômetros de Cuiabá], por exemplo, duraria duas horas e meia pra ir, mais duas horas e meia pra voltar. Com essa categoria de aeronave [Cheyenne II], isso reduz para uma hora e meia pra ir e uma hora e meia pra voltar, então teremos uma redução  de tempo de, no mínimo duas horas, o que mostra a efetividade desse tipo de efetividade para o serviço de transporte aeromédico”, enfatizou Juliano  Chiroli.

Outra vantagem do Cheyenne II é que trata-se de um avião pressurizado, ou seja, tem capacidade técnica de atingir níveis de vôos bem mais altos, chegando a uma altitude superior a 20 mil pés, o que uma aeronave comum, como as que são usadas atualmente pelo Ciopaer, jamais alcançaria.

Nos próximos dias, o Cheyenne II, que tem data de fabricação de 1992, passará por uma vistoria minuciosa em São Paulo. “O que mais importa é o estado de conservação da aeronave e ela será toda revitalizada para que sejam instalados nela, os equipamentos de UTI aérea”, completou o comandante.

A meta do Ciopaer é já fazer voos experimentais com o avião aeromédico já no mês de dezembro deste ano.

Imperador

Deflagrada no início de 2015 pelo Grupo de Atuação Especial e Combate à Corrupção (Gaeco), a Operação Imperador investigou uma quadrilha que desviou, segundo a Justiça, R$ 62 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa.

José Riva, apontado como chefe da quadrilha, chegou a ser condenado pela Justiça há 26 anos de prisão pelos crimes de peculato e formação de quadrilha.

O avião modelo Cheyenne II, de fabricação americana, foi sequestrado, por meio de decisão judicial, visando o ressarcimento de parte dos danos causados aos cofres públicos.

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