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Série: Políticos se envolvem em escândalos

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José Riva cumprirá pena de prisão domiciliar de 2 anos por recorrentes crimes de colarinho branco praticados entre 1995 e 2014 com a participação de 11 (incluindo ele) deputados estaduais e ex-deputados do Nortão. Além disso, devolverá R$ 92 milhões de um montante que segundo ele seria de R$ 175 milhões surrupiados no período.

A branda condenação é o desfecho de sua delação ao Ministério Público Estadual (MP) representado pela procuradora Ana Cristina Bardusco e os promotores Mauro Zaque e Roberto Turim, em dezembro de 2019 e homologada em 20 de fevereiro deste 2020  pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Marcos Machado.

Riva é a típica figura que quando cai, cai pra cima. Sua pena deveria começar em 3 de junho, mas em razão da pandemia sua execução hiberna.


Silval e Riva quando o Nortão dominava o poder

 

 

José Geraldo Riva foi prefeito de Juara e exerceu mandatos de deputado estadual entre 1995 e 2014 sempre sendo campeão de votos e, no período, controlando a mesa diretora da Assembleia ora enquanto presidente ora 1º secretário.

Riva era mandachuva e delatou que recebia e pagava mensalinho a 38 deputados nas diversas legislaturas onde atuou (ele foi um dos beneficiários) para direcionar o posicionamento da Assembleia de modo a favorecer os governadores no período: Dante de Oliveira, Rogério Salles, Blairo Maggi e Silval Barbosa. Em suma, o mandachuva botava o Legislativo de quatro para satisfazer os governantes, donos do poder. Uma vergonha!

O Nortão, segundo a delação de Riva, teve forte presença nessa criminosa negociata. Da região o mandachuva listou além dele, José Domingos Fraga Filho, Ademir Brunetto, Mauro Savi, Nilson Santos, Luciane Bezerra, Romoaldo Júnior, Dilmar Dal’Bosco, Baiano Filho, Pedro Satélite e Dilceu Dal’Bosco. 

Dessa lista, nove figuram em outra, essa de uma delação premiada do ex-governador Silval Barbosa ao Ministério  Público Federal e homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Silval delatou que pagava mensalinho de R$ 600 mil divididos em 12 parcelas de R$ 50 mil a deputados para que não houvesse embaraços na execução das obras para a Copa do Mundo de 2014 e ao programa rodoviário MT Integrado. Segundo ele, 24 parlamentares e ex-parlamentares embolsariam essa grana. Do Nortão seriam contempaldos Romoaldo Júnior, José Domingos, Pedro Satélite, Dilmar Dal’Bosco, Baiano Filho, Mauro Savi, José Riva, Ademir Brunetto e Luciane Bezerra.

Um das provas apresentadas por Silval sobre o mensalinho foi uma série de vídeos em que deputados foram filmados recebendo dinheiro do seu então chefe de Gabinete Sílvio Corrêa, que também fez idêntica delaçlão. Os vídeos foram exigidos em 2017 pela TV Globo. Do Nortão foram exbidos vídeos de José Domingos e Luciane Bezerra

 

Dos delatados do Nortão Riva, Silval e Mauro Savi foram presos por outras razões.

Por quatro vezes Riva foi preso preventivamente. Antes do acordo de delação Riva acumulava penas em primeira instância, que o condenavam a mais  de 100 anos de prisão, mas tudo foi zerado após delatar figuras que teriam participado do esquema que lesou a Assembleia.

Silval além de preso foi condenado a 13 anos e 7 meses de prisão por desviar, junto com outros integrantes do esquema, mais de R$ 2,5 milhões dos cofres públicos por meio da concessão fraudulenta de incentivos fiscais a empresários, por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Posteriormente o ex-governador passou a cumprir prisão domiciliar em sua cidade, Matupá, onde foi prefeito. Agora, após a delação, está livre e reside no interior paulista.

Cumprindo mandado de prisão preventiva expedido pelo desembargador do Tribunal de Justiça José Zuquim Nogueira, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu Mauro Savi  em 9 de maio de 2018 no transcorrer da Oeração Bereré; ele é acusado de participar de um esquema que teria lesado os cofres do Detran.

Mauro Savi foi solto em 27 de agosto daquele ano, por decisão do plenário da Assembleia Legislativa. Saiu da cela jurando inocência.

 

Quem é quem no poder

Satélite, delatado e aposentdo pelo FAP

Dilmar é deputado em terceiro mandato consecutivo. Além de constar na lista de Riva também figura em outra, essa do ex-governador Silval Barbosa. Coleciona delações e jura a mais cândida inocência.

Romoaldo foi prefeito de Alta Floresta, é suplente de deputado estadual e exerce o cargo por força do vergonhoso rodízio parlamentar. Romoaldo é réu e investigados em outras ações, todas sob acusação de improbidade administrativa. Ele nega contrito todas as acusações.

José Domingos foi prefeito de Sorriso em três mandatos e secretário de Estado em parte do governo de Silval Barbosa. Em 2018 José Domingos não tentou a reeleição e a Assembleia lhe deu um graúdo cargo comissionado.

Satélite é suplente de deputado, mas exerce o cargo em rodízio com o afastamento de Sebastião Rezende (PSC). Além do salário de parlamentar, verba indenizatória e outras mamatas, Satélite também embolsa mais um saláario de deputado por ser aposentado pelo Fundo de Assistência Parlamentar (FAP), que também contempla Romoaldo.

Bancada na Assembleia

Dilmar delatado duas vezes

Na legislatura em curso na Assembleia,com 24 deputados, o Nortão tem cinco representantes:

Dilmar (DEM), de Sinop; Xuxu Dal Molin (PSC), de Sorriso; Sílvio Fávero (PSL),de Lucas do Rio Verde; Valdir Barranco (PT), de Nova Bandeirantes; e Janaina Riva (MDB), de Juara.

Janaína e seu irmão José Geraldo Riva Júnior são citados em um dos inquéritos da Operação Lava Jato, juntamente com o pai dos dois, Riva, e o empresário Valdir Piran, numa investigação sobre transações suspeitas entre a empresa dela e do mano, a Floresta Viva Exportação de Madeira e Terraplanagem com Piran. Essa empresa teria sido usada num esquema chefiado pelo doleiro Lúcio Bolonha Funaro, para beneficiar o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Janaína nega e sustenta que a administração da Floresta Viva era de seu pai.

Janaína é vice-presidente da Assembleia, campeã de votos e cumpre o segundo mandato consecutivo enquanto sucessora do pai, que em 2014 era deputado estadual e foi impedido de tentar a reeleição por força da Lei Ficha Limpa.

FOTOS:

! e 2 – Maurício Barbant – Site público da Assembleia Legislativa

3 – Felipe Malvezzi

4 e 5 – Fablício Rodrigues – Site público da Assembleia Legislativa

 

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