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Vida após a morte e o enfrentamento do luto. Por José de Paiva Netto

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A morte é um fenômeno natural da vida e exige adaptações tanto para aqueles que retornam ao Plano Espiritual quanto para os que permanecem na Terra. A saudade manifesta-se neste lado da existência, bem como no de lá, porque o sentimento de Amor Fraterno mantém as Almas interligadas. O luto é um processo que precisa ser respeitado. É humano. Devemos oferecer compreensão e apoio para que ninguém se sinta sozinho nesse instante. Todavia, sempre cordialmente orientamos que não se cultive vibrações de tristeza, pois isso também alcança o Espírito que está em recuperação, estando ela ou ele muito mais sensível àquilo que lhe transmitem. Daí a necessidade de nos recordarmos com muito carinho daqueles que nos antecederam à Grande Pátria da Verdade, resgatando as memórias felizes, fazendo com que recebam de nós somente o melhor de que dispomos no coração. Certamente, isso nos abastecerá e nos tornará fortes para suplantar quaisquer adversidades no caminho. Ter essa certeza de que as pessoas que tanto amamos prosseguem suas jornadas no Além nos capacita a atravessar esses momentos.

A fim de que sejam amainadas as dores do coração, estas fortalecedoras palavras de Jesus para vencermos com o Amparo Bendito Dele: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou pacífico e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas Almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Evangelho, segundo Mateus, 11:28 a 30).

Especialistas da área da saúde vêm aprimorando seus conhecimentos para eficientemente socorrer aqueles que se defrontam com alguma situação de desafio. O termo utilizado no meio é coping, cuja tradução literal é lutar com sucesso, enfrentar. Um dos aspectos que tem sido investigado diz respeito ao papel da crença na vida após a morte e de que forma ela se expressa diante de um falecimento.

A Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, internet e publicações) entrevistou, com exclusividade, um dos mais renomados estudiosos da interação entre Espiritualidade e Psicologia, o qual trouxe consideráveis análises sobre a influência da Religião na saúde mental. Trata-se do dr. Kenneth Pargament, professor emérito de Psicologia da Universidade Estadual de Bowling Green (Ohio, EUA), autor do livro The Psychology of Religion and Coping: Theory, Research, Practice [Psicologia da Religião e coping: teoria, pesquisa e prática]. Na ocasião, ele explicou: “Pessoas que acreditam na vida após a morte frequentemente se apoiam e se sustentam nessa crença. Um dos elementos mais importantes dela é a sensação ou o saber de que aqueles que morreram antes de nós ainda estão presentes e que podemos nos conectar a eles, podemos sentir seus pensamentos carinhosos e, às vezes, seus conselhos.

 Algumas pessoas às vezes têm a sensação de que seus entes queridos estão conversando com elas. Isso não é um sinal de psicopatologia ou de loucura. É algo muito natural e normal. De fato, pesquisas apontam que muitas pessoas têm experiências de conexão com aqueles que já morreram. (…) Eu tive uma paciente que estava se sentindo muito isolada e sozinha no hospital. Ela não tinha família nem amigos, e seus pais haviam morrido há alguns anos. Ela estava muito desolada, muito chateada. E em outra ocasião em que a vi no hospital, ela parecia muito melhor. Eu disse: “Você está melhor. O que está acontecendo?” E ela disse que numa noite estava dormindo e, quando acordou, viu seus pais. Estavam ao lado dela e seguravam a sua mão, dizendo que a amavam e que estariam com ela. E essa paciente não apresentava nenhum sinal de psicose ou problemas psicológicos relevantes. Foi uma experiência espiritual muito poderosa e significativa para ela”. (Os destaques são meus.)

Tendo produzido centenas de artigos científicos acerca de Espiritualidade, Religião e Psicologia, e levando em conta sua vivência clínica, o dr. Pargament conclui ser imprescindível considerar a dimensão espiritual dos seres humanos: “Não somos apenas seres físicos, sociais e psicológicos. Somos seres espirituais. E descobrimos isso quando prestamos mais atenção a essa dimensão e quando a integramos na maneira como vemos as pessoas.

A Espiritualidade não está separada do restante da vida, mas está entrelaçada nas dimensões dela: está entrelaçada na Biologia, na Psicologia, nos relacionamentos… E quando olhamos para as pessoas como seres completos, humanos, biopsicossociais e espirituais, aumentamos nossas capacidades para ajudá-las a lidarem com essa gama de desafios e problemas da vida”. (Os destaques são meus.)

Minhas Amigas e meus Irmãos, minhas Irmãs e meus Amigos, o Mundo Espiritual, gosto de reiterar, não é algo abstrato, indefinido. Ele realmente existe, pleno de vibração e trabalho. Não o vemos ainda por uma questão de frequência — obstáculo a ser desvendado pela competente atividade científica e suplantado pela evolução dos sentidos físicos, que se abrirão para novos céus e novos mundos.

Quando Jesus afirma “meu Pai não cessa de trabalhar, e Eu com Ele. (…) Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos teria dito. Vou preparar-vos lugar” (Boa Nova, segundo João, 5:17 e 14:2), estabelecem-se, de forma clara, na palavra do Divino Pedagogo, a existência e a atuação ativa, militante, do Mundo Espiritual sobre o material, por meio, por exemplo, dos Anjos Guardiães. Desse modo, é necessário que todos estejamos conscientes de tal intercâmbio e saibamos lidar com essa realidade ainda invisível, tornando-a aliada na superação de dificuldades, seja de ordem pessoal — no campo espiritual, emocional ou psicológico —, seja de ordem coletiva — na resolução de problemas mundiais.

 

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

 

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