A jovem Angélica Rodrigues, de 26 anos, morreu na última quarta-feira (6) após ter 85% do corpo queimado depois de usar álcool para cozinhar, em São Vicente, no litoral de São Paulo. A mulher estava internada há 15 dias no Hospital Municipal l (antigo Crei) e aguardava uma transferência para um hospital de referência na capital paulista. As informações são do G1.
Conforme a família, Angélica chegou a ser transferida, mas morreu durante a preparação de uma cirurgia para remover a pele morta.
“Ela sofreu queimaduras cozinhando em álcool. Achou que a chama do potinho tinha acabado, virou o galão de álcool, o fogo veio para cima do galão e pegou no corpo dela. Ela se assustou, sacudiu o galão, e foi para o corpo dela todo”, contou ao G1 a cozinheira Silvia Regina dos Santos, de 42 anos, mãe da jovem.
Após o acidente, a mulher chegou a ser socorrida, mas, devido à gravidade das queimaduras, precisou ser transferida. No entanto, a família da jovem reclama da demora para ela ser atendida em outro hospital. “Houve negligência, porque ela ficou duas semanas no Crei antes de conseguir a vaga, demorou para sair essa vaga”, afirmou a tia da vítima, Thamires da Silva, de 22 anos.
“Ela não tinha dinheiro para comprar o gás, com o aumento do preço ainda, a única maneira que ela conseguiu foi cozinhar com álcool”, lamenta a tia.
Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que o caso da paciente foi sendo monitorado pela Central de Regulação de Oferta e Serviços da Saúde (CROSS), que busca vaga em serviço de referência.
De acordo com a pasta, a transferência de um paciente não depende exclusivamente de disponibilidade de vagas, mas também de quadro clínico estável que permita o deslocamento a outro serviço de saúde para sua própria segurança.
Ainda segundo a pasta, a CROSS não nega vagas, pois é apenas um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência, funcionando 24 horas por dia.
Também em nota ao G1, a Prefeitura de São Vicente afirmou que Angélica recebeu todos os cuidados necessários das equipes técnicas enquanto aguardava liberação de vaga para ser transferida para hospital de referência.
Istoé