O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, anunciou a habilitação de 11 plantas frigoríficas para exportar carne para a Indonésia, sendo duas localizadas em Mato Grosso, nos municípios de Tangará da Serra (Marfrig) e Matupá (Vale Grande). O ministro também anunciou a liberação de outros três frigoríficos que voltarão a exportar para a China.
Os três frigoríficos que voltarão a fazer negócios com a China são de Mato Grosso do Sul e Goiás. Já Mato Grosso ainda possui duas plantas frigoríficas que estão impedidas de exportar para o gigante asiático, localizadas em Guarantã do Norte e Lucas do Rio Verde. Ainda não há previsão de quando esse embargo irá acabar,
Fávaro também anunciou que o Brasil passará a exportar algodão em pluma para o Egito.
Vitor Galesso, especialista em comércio internacional em Mato Grosso, pontua que esse é um movimento de continuidade do processo de abertura de novos mercados. Por outro lado, pouco dos recursos gerados com a exportação de carne ficam no estado, pois a maioria dos frigoríficos possui sedes em São Paulo, onde ocorrem as negociações.
Apesar disso, afirma Vitor, não dá para ignorar a quantidade de empregos que essa cadeia gera no estado. “Eu vejo de forma positiva essa continuidade de crescimento, só que, digamos assim, sem nenhuma euforia, pois é uma continuidade do nosso processo de crescimento que a gente fez nesses mercados”, explica.
O economista também afirma que há boas perspectivas para o setor de alimentos, mas vê com menos euforia a questão do algodão, pois, segundo Vitor, há uma busca quase que infinita por produtos que podem substituir essa commodity. “Então, eu não sei se no futuro a demanda continuará crescendo”, afirma.
Vitor também acredita que Mato Grosso deve aumentar suas exportações para a China, pois é esperado que o país asiático volte a crescer economicamente no ‘ritmo chinês’. No último ano, a economia daquele país cresceu apenas 3%. Para 2023, é esperado um crescimento entre 5% e 6%, o que também contribui para aumento do comércio entre Mato Grosso e a China.
“Temos que manter sempre um bom comércio com a China, pois é o nosso maior parceiro comercial aqui do estado de Mato Grosso, tanto no fornecimento de máquinas e temos visto um aumento grande no fornecimento de máquinas, quanto para comprar as nossas commodities”, afirma.
Estadão MT