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Comunidades escolares em Colniza protestam contra o fechamento de escolas do campo

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A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, no município de Colniza (1065 km oeste de Cuiabá) buscou o Ministério Público Estadual, comarca de Colniza, para pedir ajuda contra a ação arbitrária da prefeitura municipal, de fechar salas anexas de duas escolas do campo, numa canetada. Os pais e responsáveis pelos estudantes manifestaram a indignação com o desrespeito, publicando duas cartas abertas, com cerca de 100 assinaturas.

A decisão do prefeito – Milton de Souza Amorim (União Brasil) – parte daquilo que a prefeitura considerou ser melhor para os estudantes matriculados nas salas anexas da Escola Eva Furnari LH 32 km 10 (Capa Mansa) e da Escola Graciliano Ramos (Vila Planalto Capa). Os responsáveis foram informados da transferência dos filhos para uma escola a cerca de 30 km da unidade de origem, durante um discurso do prefeito.

“Os pais dos estudantes da escola municipal foram pegos de surpresa com a fala do prefeito. Já os da escola estadual apenas tiveram as matrículas transferidas, sem qualquer comunicado. É um total desrespeito com as comunidades, com a vida dessas famílias”, destaca o presidente da subsede do Sintep/Colniza, Alexandre Sobrinho

Segundo relataram os pais, nas Cartas Abertas, a nucleação proposta para a Escola Municipal Bartolomeu Bueno, localizada no Vale da Salvação, implicará no aumento do tempo no transporte escolar, exigindo que as crianças acordem de madrugada para percorrer a distância, que, entre ida e volta somam cerca de 100 km. Uma média estimada de quatro horas dentro de um ônibus, que reunirá estudantes de 4 a 17 anos, sem monitor. Nos relatos se somam a preocupação das mães com as crianças com necessidades especiais.

Os pais informam que o trecho que leva a nova unidade está em péssimas condições. O transporte escolar já vivencia desafios com atolamentos, agravados com o período de chuvas, além do risco de quebrar na estrada. A situação é ainda pior se levar em conta que, sem monitor, o motorista ficará com sérias dificuldades para buscar socorro.

O dirigente do Sintep/Colniza destaca também o descaso com os profissionais da educação que terão a distância da residência até a escola ampliada, com o agravante da proposta da prefeitura de que um professor passe a ocupar função de monitor no transporte. “Seriam cerca de quatro horas diárias, sem remuneração, para cumprir uma função que não é a dele”, destaca Alexandre.

Entre as denúncias feitas pelos pais na Carta Aberta, está o fato de que o prédio da Escola Eva Furnari passou recentemente por melhorias, e recebeu investimento público, que agora passa a ser descartado. O gasto é ainda maior já que a prefeitura faz a ampliação do espaço na nova escola para receber os estudantes. Os pais estão buscando apoio, não só com a comunidade de Colniza, bem como, tentam sensibilizar a prefeitura e dos órgãos competentes, incluindo os parlamentares do legislativo estadual, para reverter essa decisão.

Redação

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