Ai que saudades do Porto…
Anos oitenta, burgo pequeno,
Mas a vida ali era grande.
Dias longos, tempo pra tudo,
Para as lutas e para o amor,
E para se viver com todo o vigor!
E quando o sol ia se pondo,
Fugindo atrás das matas no Arinos,
Tocassem ou não os sinos,
Na Trimangal Caetano cantava Sampa.
As cervejas, os amigos, as prosas…
Conversas e controvérsias calorosas,
Entre figuras de variada estampa.
E se havia disputas no futebol,
O ginásio fervia após o arrebol,
Era uma guerra, declarada ou não!
Pra tudo acabar na lanchonete,
Vencedores e vencidos de cada escrete,
Se congraçavam ardentes de paixão.
Aí que saudades do Porto…
Dos bailes animados que dançamos,
No ginásio e também no Crep,
Carnavais simples, diferentes,
Não tinha televisão, nem internet,
E a vida era boa e se vivia de montão!
Naquele tempo tudo era simples,
A política, a sociedade organizada,
Os poderes controlados pelo povo.
Normal os patrões e a peonada,
Na mesma festa ou na mesma dor,
Estratificação social? Faz favor!
Que disso ali não tinha nada.
Claro que houve coisas ruins também,
Das quais eu me olvido, porém.
A dor faz parte, é necessária.
É o que defendo aqui nesta plegária.
Para que guardar os infortúnios?
Deixemos as águas do Arinos levar
Lembremos do luar, não dos interlúnios.
Como esquecer Chalana, Halley, Trimangal,
Pontos de encontro e festas sem igual,
Naqueles doces tempos imemoriais,
Só quem viveu e sentiu tudo aquilo,
E de muitos casos não se fez sigilo,
E o Scoolacho guardou nos seus anais.
Aí que saudades do Porto…
E de tudo aquilo que por lá vivi,
Tanta coisa que não cabe aqui,
Nesse apressado versejar.
E quando me ardo de saudade,
Juro que me dá uma vontade,
De largar tudo e pra lá voltar!
——
Ademar Adams é colaborador do Porto Noticias em Cuiabá
e ex-morador de Porto dos Gaúchos
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