A então vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, assumiu a Presidência do país nesta quarta-feira (7/12). A advogada cobre a vacância deixada por Pedro Castillo, após ser destituído pelo congresso peruano e preso logo em seguida.
Também nesta quarta-feira (7/12), o Congresso do Peru aprovou pedido de impeachment contra o então presidente, após anúncio de golpe de estado. Castillo tentou dissolver o Congresso e instituir estado de exceção.
O parlamento, por sua vez, em sessão de urgência, votou a destituição de Pedro Castillo. A aprovação do impeachment contou com o apoio de 101 deputados. Outros seis votaram contra e houve 10 abstenções.
A destituição teve o apoio da então vice-presidente peruana, Dina Boluarte. Mais cedo, em uma publicação no Twitter, a advogada afirmou que rejeita a decisão de Pedro Castillo de “perpetrar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso”.
Dina referiu-se à medida adotada por Castillo como um golpe, e considerou que pode agravar a crise política e institucional que atinge a sociedade peruana.
Pronunciamento em TV aberta
A aprovação do impeachment ocorreu após Pedro Castillo empreender um golpe de Estado, no qual tentou dissolver o Congresso e instituir estado de exceção, também nesta quarta-feira (7/12).
O pronunciamento do presidente, em televisão aberta, ocorreu horas antes da sessão na qual o pedido de destituição mais recente seria votado, primeira etapa de um novo processo formal para retirá-lo do governo.
No discurso, Castillo anunciou que vai instaurar um governo excepcional de emergência, convocar novas eleições para o Congresso e elaborar outra Constituição em até nove meses.
Também ficou estabelecido toque de recolher entre 22h e 4h, no horário local, e a obrigatoriedade de devolução de armas ilegais, sob pena de prisão.
Crise política
A decisão do presidente ocorre em um período no qual o país está mergulhado em profunda crise política. Na semana passada, o Congresso peruano aprovou a abertura de um processo de impeachment contra o chefe de Estado, acusado pela oposição de “incapacidade moral de permanecer no cargo”.
Esta é a terceira tentativa formal de retirar o líder de esquerda do poder, desde que ele assumiu o cargo, em 2021. A escalada de tensão foi agravada depois que os parlamentares começaram a avaliar uma denúncia do Ministério Público do país contra Castillo, por suspeita de corrupção. A promotoria do país pede que ele seja afastado temporariamente do cargo.
O novo pedido de impeachment coloca em lados opostos o Executivo, de esquerda, e o Legislativo, controlado pela direita. Em outubro, Castillo denunciou “um golpe parlamentar em marcha” e pediu a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Metrópoles