A relação entre Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, está por um triz. Os dois tiveram uma forte briga por telefone nesta semana após o ex-presidente entrar em contato pedindo o pagamento do salário combinado com o cacique partidário. O líder, no entanto, avisou que não vai manter o combinado, pelo menos neste momento, e por causa disso o barraco começou.
Uma pessoa ligada a Valdemar confirmou à coluna que a ligação foi tensa, com direito a troca de insultos e xingamentos. Bolsonaro já vinha cobrando o pagamento por mensagens ao presidente da sigla, mas sempre foi barrado. O presidente da legenda avisou que não manteria a promessa do salário mensal enquanto o líder da extrema-direita estivesse fora do Brasil.
Agora, a alegação é de que o PL vive uma crise financeira sem precedentes desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o bloqueio das contas do partido sob a alegação de tumultuar o processo eleitoral. Bolsonaro não acredita e diz ter certeza que há meios para se conseguir dinheiro e que não quer saber de crise nenhuma. Quer seu dinheiro.
“O Bolsonaro avisou que se não receber até o fim do mês irá por a boca no trombone”, informou a fonte ouvida pela coluna. Na prática, isso significa que o ex-presidente pode romper publicamente com o PL e detonar Valdemar para seus seguidores e, principalmente, para o gabinete de ódio. Acontece que se ele esperava dinheiro com a ameaça, o efeito foi contrário.
Aliado de primeira grandeza do cacique político garantiu que Costa Neto não gostou nada do que ouviu e se sentiu intimidado. Ele teria lembrado o ex-presidente que estaria fazendo um favor e que se o PL o abandonar, Bolsonaro pode ser preso . O papo desceu de nível, com direito a xingamentos e troca de ofensas. “Me manda o dinheiro, porr*”, teria berrado o ex-presidente.
A conversa não chegou a nenhuma conclusão e Valdemar garantiu a aliados que não vai pagar o que havia combinado com Bolsonaro e o salário, mesmo que ele volte ao Brasil, está sob ameaça. A coluna já havia antecipado que o presidente do PL tem defendido que o ex-aliado já acabou e não tem mais chance no cenário político. A tendência é que nos próximos meses a legenda o abandone .
Enquanto isso, Bolsonaro parece exigir tudo o que foi combinado com ele e diz que não vai cair em silêncio. O ex-presidente comentou com pessoas próximas que, se abrir a boca, o partido pode ser muito prejudicado, porém não explicou a que se referia.
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br