O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez propaganda do próprio partido nesta segunda-feira (17), em evento do agronegócio, e defendeu como méritos de sua gestão o combate ao MST, ampliar a permissão de uso de armas e o fim das demarcações de terras.
“Todos devem se lembrar que tínhamos algumas dificuldades no passado. Por exemplo, a atuação do MST. Nós praticamente anulamos as ações do MST”, disse o presidente.
As declarações foram feitas no lançamento da terceira etapa do Circuito de Negócios Agro, do Banco do Brasil, em Brasília. A instituição prevê gerar R$ 1,5 bilhão em negócios com o programa, que vai levar a todos os estados uma espécie de agência móvel, promover eventos e prestar assessoria aos produtores rurais.
Segundo colocado nas pesquisas para eleição à Presidência neste ano, Bolsonaro tem intensificado a agenda com setores tidos como essenciais para manutenção de seu governo. Também escalou para o núcleo de campanha eleitoral ministros, dirigentes do centrão e parentes.
Durante a cerimônia, realizada em Brasília, o presidente fez alusão ao número 22, do PL, sigla do centrão a qual está filiado desde novembro.
Ao mencionar que a carteira de crédito do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) atingiu a marca de R$ 50 bilhões, Bolsonaro disse: “Já que o número 50 [número do PSOL] é marcante. Se puder liberar mais R$ 22 [número do PL] bilhões, eu ficaria muito feliz.”
Como mostrou a Folha, o Planalto preparou parecer jurídico para se blindar de possíveis acusações de propaganda eleitoral antecipada nas comemorações de 1000 dias do governo. No documento, a área jurídica do governo recomendava “observar a prudência e a cautela” nos eventos para “afastar possíveis interpretações que conduzam para uma situação de campanha eleitoral antecipada”.
Em outro momento do evento desta segunda, Bolsonaro enalteceu que a sua gestão acelerou a entrega de títulos de propriedade e “deu mais tranquilidade” ao trabalhador rural ao sancionar lei que amplia a permissão de posse de arma a toda extensão de uma propriedade rural.
“Arma é sinônimo de liberdade”, disse o presidente. “O homem armado jamais será escravizado”, completou.
Ele também afirmou que barrou planos de demarcação de novas terras indígenas. “Mudamos completamente isso. Não tivemos uma só demarcação”, declarou o presidente.
Bolsonaro também elogiou o trabalho da ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que pediu demissão do governo em junho e teve gestão marcada por ações contrárias ao objetivo da pasta, que é a preservação ambiental.
“Paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental. Em especial no tocante à multa”, afirmou.
O presidente também voltou a afirmar que deu boa resposta à pandemia, tema de CPI no Senado no ano passado. “O governo distribuiu 400 milhões de doses de vacina. Quem quis se vacinar, vacinou. O governo federal fez a sua parte”, declarou.
O presidente ainda elogiou a atuação do ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), que deve disputar o governo de São Paulo. Bolsonaro atribuiu ao ministro o “ressurgimento do modal ferroviário” e disse que fará viagens para inaugurar trechos de ferrovias.
No mesmo evento, a ministra Tereza Cristina disse que o governo centraliza esforços para atender o pequeno agricultor. “Para que ele produza mais, tenha assistência técnica, crédito e possa gerar renda”, disse.
Folha Press