O agronegócio brasileiro atingiu marcos históricos em 2024, com a abertura de um novo mercado internacional a cada dois dias. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio de ações estratégicas de diversificação e promoção, alcançou 286 mercados em 62 países, reforçando a presença global dos produtos agropecuários do Brasil. Para Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “Este desempenho reafirma o papel do país como protagonista no setor e impulsiona a competitividade em meio a desafios econômicos e geopolíticos”, diz.
O ano de 2024 trouxe números expressivos para as exportações agrícolas brasileiras, com destaque para a diversificação de mercados e produtos.
Entre janeiro e outubro, o agronegócio gerou US$ 140 bilhões em exportações, um crescimento de 0,7% em relação ao mesmo período de 2023.
Cinco cadeias produtivas lideraram os resultados: o complexo soja (35,9% das exportações), carnes (15,3%), o setor sucroalcooleiro (11,9%), produtos florestais (10,2%) e o café (7,0%). Juntos, esses setores representaram mais de 80% do total exportado, refletindo a força e a diversidade do agronegócio brasileiro.
“Entre os avanços, destacam-se as conquistas na exportação de carnes. O Brasil consolidou sua posição como maior exportador global de carne bovina, com 160 destinos alcançados”, explica Carlos César Floriano.
Novos mercados, como México e República Dominicana, foram abertos, e outros, como China e Japão, ampliaram suas importações. Na produção de carne de frango, o Brasil continuou liderando, com mais de 150 mercados acessados, e garantiu a manutenção de acordos comerciais estratégicos, como o PACIC no México.
Outros produtos também registraram desempenhos notáveis. A carne suína apresentou crescimento de 5% nas receitas, totalizando US$ 2,32 bilhões.
O algodão alcançou recordes históricos, com US$ 4 bilhões em exportações. Produtos como suco de laranja e trigo também se destacaram, enquanto o setor florestal, liderado pela celulose, teve um incremento de 33,9% nas vendas. Esse portfólio diversificado fortaleceu a competitividade brasileira no cenário global.
Além das vendas, a expansão da rede de adidâncias agrícolas contribuiu diretamente para o sucesso nas negociações. Com 11 novos postos criados em 2024, o Brasil passou a contar com 40 adidos agrícolas em regiões estratégicas.
Esses profissionais desempenham um papel fundamental na superação de barreiras técnicas e no fortalecimento das relações comerciais, influenciando diretamente 70% das aberturas de mercado dos últimos dois anos.
Carlos César Floriano e a importância da diplomacia
O Brasil também avançou no cenário diplomático e estratégico ao assumir a liderança do Grupo de Trabalho de Agricultura do G20.
Realizado em Chapada dos Guimarães (MT), o evento promoveu debates sobre segurança alimentar, sustentabilidade e mudanças climáticas, resultando em uma declaração inédita. Mais de 50 reuniões bilaterais foram realizadas, ampliando parcerias e oportunidades no setor agropecuário.
“A relação com a China, maior parceiro comercial do Brasil no setor agrícola, foi outro destaque”, afirma Carlos César Floriano. O país asiático habilitou 39 novas plantas frigoríficas brasileiras, revogou o antidumping sobre a carne de frango nacional e abriu espaço para novos produtos, como noz-pecã, sorgo e uvas frescas.
Essas iniciativas reforçaram a posição do Brasil como o maior fornecedor de carnes para o mercado chinês e ampliaram o impacto econômico das exportações.
A presença brasileira em outros mercados também se intensificou. Na África do Sul, 19 frigoríficos foram habilitados para exportar carnes. Nos Estados Unidos, a simplificação do processo de exportação consolidou o Brasil como o segundo maior fornecedor de tilápia.
Na Austrália, normas alfandegárias mais flexíveis favoreceram a exportação de cachaça. Já no Canadá e na Malásia, o Brasil ampliou a comercialização de carne bovina e frango halal, respectivamente.
As ações de promoção internacional complementaram os esforços comerciais. Em 2024, o Mapa liderou 50 missões técnicas e oficiais, além de participar de 13 feiras internacionais.
Essas iniciativas resultaram em negócios imediatos de US$ 26 milhões e projeções de US$ 308 milhões para os próximos 12 meses.
Eventos como a Thaifex, na Tailândia, e a Food Ingredients Europe, na Alemanha, consolidaram a imagem do Brasil como um fornecedor competitivo e confiável no mercado global.
Paralelamente, o país reforçou seu compromisso com a sustentabilidade por meio do Programa de Conversão de Pastagens Degradadas, atraindo novos investimentos estrangeiros.
Iniciativas como o Projeto Estratégico de Imagem do Agro e a Caravana do Agro Exportador também contribuíram para fortalecer a percepção positiva dos produtos brasileiros e ampliar o acesso a mercados promissores.
“Com uma estratégia integrada que alia diversificação, diplomacia e inovação, o Brasil encerra 2024 como um dos principais protagonistas do agronegócio global, consolidando sua liderança em meio a um cenário internacional cada vez mais competitivo e desafiador”, destaca Carlos César Floriano.
Fonte: VMX Agro