Candidato ao Senado, o ex-presidente da Aprosoja Brasil Antônio Galvan criticou o megaempresário do agronegócio, Blairo Maggi (PP), por apoiar o deputado federal Neri Geller (PP) em sua campanha para senador.
Maggi é a principal liderança do PP em Mato Grosso e já declarou ao MidiaNews que estaria ao lado de Geller na eleição deste ano. Apesar do deputado ter formado aliança com a esquerda de Lula (PT), o gigante do agro não se posicionou publicamente quanto a quem irá apoiar para a presidência da República.
Para Galvan, a posição de Maggi demonstra que ele está distante do presidente Jair Bolsonaro (PL), justamente por não ter conseguido benefícios durante o mandato.
“Sabe que é outro que está em abstinência neste governo Bolsonaro, né? Que nos outros governos que estiveram lá dentro usaram muito BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste)…”, afirmou em entrevista à rádio Metrópole Cuiabá.
“Como esse governo não deu chance nenhuma, não liberou dinheiro que o outro liberava, agora foi contra. Tem que ser favorável de onde facilita as coisas para eles”, completou.
O candidato a senador ainda lembrou do episódio do primo de Blairo, empresário Elusmar Maggi, que chamou Bolsonaro de “presidente ruim de serviço” em um grupo de WhatsApp.
No áudio, Elusmar saiu em defesa dos governos petistas falando sobre as verbas que os empresários do agro receberam durante esses mandados.
“Rapaz, que fria esse presidente, né? Se o presidente [Bolsonaro] fosse bom teria dado uma verba que nem o PT deu para fazer armazém. Treze anos para pagar com três anos de carência. Aí esse milho não estaria na rua”, dizia na gravação.
Além de criticar o primo da Blairo, Galvan também saiu em defesa dos pequenos produtores, pois, segundo ele, apenas os grandes do agro conseguiriam este tipo de benefício do governo de esquerda.
“Como o primo afirmou que teve armazém financiado a 2,5%, eu desafio achar um pequeno produtor que teve armazém financiado a juros de 2,5%. Acredito que eles tenham conseguido, porque são pequeninos na agricultura familiar”, ironizou o candidato.
Racha com Bolsonaro
Mesmo sem revelar seu apoio à presidência, nas últimas semanas ficou claro que a relação do ex-governador Blairo Maggi e do presidente está estremecida.
Além do áudio vazado de seu primo, Maggi se mostrou contra os comentários antidemocráticos de Bolsonaro e chegou a assinar a Carta em Defesa da Democracia, produzida na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
Apesar de não citar o nome do presidente da Republica Jair Bolsonaro (PL), a carta diz que “estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.
MidiaNews/Vitória Gomes