CEO do Grupo VMX Agro, Carlos César Floriano, evidencia pesquisa sobre sustentabilidade no campo, lançada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na sexta-feira, 9 de abril de 2021, sobre os fatores de emissão e remoção de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária e agricultura nacionais.
Em formato de coletânea, cerca de 400 pesquisadores apresentam indicadores, muitos inéditos, que levam em consideração a forma de cultivo, os diversos biomas brasileiros dentre outros fatores capazes de mostrar a realidade dos sistemas produtivos do País.
As diversas informações que fazem parte das pesquisas são possíveis encontrar, por exemplo, indicações que ostras e mexilhões contribuem ambientalmente com o armazenamento de carbono em suas conchas. Ao sequestrar um dos gases causadores do efeito estufa da atmosfera, a malacocultura – produção de ostras, mexilhões e vieiras -, se enquadra como um sistema sustentável já que também não impacta no balanço natural com a emissão desses gases, contribuindo assim, para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico nacional, podendo atender às crescentes demandas por proteína animal.
Em um ano tão importante como 2021 para o clima, o lançamento das coletâneas amplia a disponibilidade de dados sobre os sistemas nacionais que levam efetivamente em conta as especificidades relativas aos solos e ao clima do Brasil, a partir de metodologias científicas e aceitas internacionalmente.
Para Carlos César Floriano, “estas pesquisas são fundamentais para demonstrar que é possível desenvolver atividades agrícolas e pecuárias com sustentabilidade e respeito ao meio ambiente”, explica.
No último Inventário Nacional, entregue pelo Brasil em dezembro de 2020, o cultivo de plantas e a criação de animais já utilizaram fatores próprios de emissão. As coletâneas agrupam informações adequadas para a agropecuária desenvolvida em clima tropical, podendo ser utilizadas por outros países com condições agropecuária e climática semelhantes.
Esses dados são importantes para quantificar mais precisamente as emissões nacionais, permitindo disponibilizar informações adequadas à sociedade, e, sobretudo, direcionar adequadamente o desenho da política setorial nacional de enfrentamento à mudança do clima.
Nas coletâneas, podem-se encontrar dados das pesquisas sobre os fatores de emissão e remoção de GEE para cana-de-açúcar, grãos, sistemas integrados de produção e florestas plantadas; pequenos ruminantes, grandes ruminantes e não ruminantes, como a suinocultura, frango de corte e piscicultura em tanque-rede, por exemplo.
Carlos César Floriano: sistema de integração
Líder em exportação de carne bovina, o país apresenta transformações importantes nas últimas duas décadas com a redução expressiva das emissões de GEE totais por quilo de carne ou por litro de leite. Assim verificaram os estudos, levando sempre em consideração o ambiente em que o animal é criado, e não somente a emissão de gases decorrentes do processo de ruminação.
Pelos sistemas de rebanho bovino em integração, para os quais o Brasil é referência mundial, o modelo de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) permite minimizar ou até neutralizar as emissões de gases de efeito estufa quando se tem a presença de árvores, tornando o processo de produção ainda mais sustentável a partir do melhoramento genético e manejo adequado de pastagens como estratégias, por exemplo.
Neste contexto, é possível até a comercialização de uma carne com o selo carbono neutro, que atesta que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema de integração LPF.
A agropecuária brasileira emite cada vez menos gases de efeito estufa e promove a remoção de suas emissões. Neste sentido, as Coletâneas agrupam o que há de mais recente em dados nacionais, além de apoiar o processo de revisão do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), com insumos de base científica para o fortalecimento das estratégias para o desenvolvimento de uma agropecuária sustentável.
Segundo Carlos César Floriano “o agronegócio precisa estar alinhado com as novas exigências dos consumidores do Brasil e do mundo para continuar competitivo”, explica.
Assessoria