Com o programa de descontos do governo federal, a venda de carros em junho teve um aumento de 8,5%, em relação ao mesmo período de 2022, e de 8,21%, em comparação ao mês de maio.
O levantamento é da Jato Brasil, consultoria para as principais montadoras de carros, importadoras e redes de distribuidoras, feito com base no número de emplacamentos dos veículos. Em junho deste ano, foram emplacadas 178.854 unidades ante 164.880 no mesmo período de 2022 e de 165.291, em maio.
Segundo os dados da Jato, do total, 45.298 foram vendidos nos primeiros 21 dias do programa do governo.
O carro mais comercializado foi o Polo, da Volkwagen, com 9.746 unidades, seguido pelo Onix, da Chevrolet, com 8.258.
Em troca de crédito tributários às montadoras, desde 5 de junho, carros de até R$ 120 mil são oferecidos com descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil.
Os recursos liberados pelo programa já superam R$ 500 milhões, de acordo com o painel do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). O valor equivale ao volume inicial previsto no lançamento da iniciativa, em 5 de junho.
Mas, na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou medida provisória (MP) que destina mais R$ 300 milhões para descontos em automóveis novos, ampliando o programa.
A decisão foi tomada no momento em que montadoras estão suspendendo a produção devido à queda ou estagnação das vendas.
Com a ampliação, o total disponível para a aquisição de carros passa para R$ 800 milhões.
Ainda de acordo com a portaria publicada pelo ministério, pessoas jurídicas também podem solicitar os descontos agora. Com isso, as locadoras poderão comprar carros com os descontos nesta semana.
O limite de crédito para ônibus e caminhões permanece. São R$ 700 milhões para caminhões (foram usados R$ 100 milhões) e R$ 300 milhões para vans e ônibus (R$ 140 milhões utilizados). O programa continua até os créditos tributários acabarem.
Entre as montadoras, a Fiat lidera o volume de créditos solicitados, com R$ 230 milhões; seguida por Volkswagen, com R$ 90 milhões; Peugeot (R$ 50 milhões); Renault (R$ 50 milhões); e Hyundai (R$ 40 milhões). Ford, General Motors, Mercedes-Benz, Nissan e On-Highway têm R$ 20 milhões cada uma.
Os créditos solicitados pelas montadoras são convertidos em descontos para o consumidor na compra de carros com valor de mercado até R$ 120 mil. As reduções patrocinadas pelo governo vão de R$ 2.000 a R$ 8.000, mas muitas marcas têm aplicado margens maiores por conta própria.
Como funciona
Nos carros, os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2.000 a R$ 8.000 e são válidos para veículos novos com preço de mercado de até R$ 120 mil. As montadoras podem aplicar descontos adicionais por conta própria, como vem ocorrendo.
No caso de caminhões e ônibus, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.
As montadoras ampliaram a oferta de carros mais baratos no programa do governo federal, lançado pelo MDIC em 5 de junho. O número de modelos que podem ter descontos de R$ 2.000 a R$ 8.000 subiu para 266. Inicialmente, eram 232. Essas versões correspondem a 32 veículos de nove montadoras.
Os critérios para definir os descontos
• maior eficiência energética;
• maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno); e
• menor preço.
Quanto maior a soma desses fatores, maior o desconto no preço do carro.
Para caminhões e ônibus novos, o escalonamento seguiu apenas o critério do preço, em proporção inversa à do usado para os carros, ou seja, os descontos aumentam conforme os veículos vão ficando mais caros. Podem ser adquiridos modelos leves, semileves, médios, semipesados e pesados, além de ônibus urbanos e rodoviários.
Para participar do programa, a pessoa ou empresa interessada tem de entregar à concessionária um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos de uso. Os veículos velhos devem ser encaminhados a recicladoras cadastradas nos Detrans.
R7