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Comissão do senado aprova por unanimidade convite para Damare esclarecer supostos abusos contra crianças no Pará

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A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (18), o convite para que a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, esclareça as afirmações de supostos crimes sexuais contra crianças ocorridos na ilha Marajó, no Pará. O requerimento foi apresentado pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT), integrante da comissão. O parlamentar quer saber quais as providências que Damares tomou em relação às alegações feitas.

Durante um culto em Goiânia que contava com a presença de crianças, no último dia 09, Damares alegou que teria descoberto que menores com idades entre 3 e 4 anos tinham dentes arrancados para facilitar a prática de sexo oral. Além disso, estas mesmas crianças seriam obrigadas a se alimentarem de comida pastosa para realizarem sexo anal com adultos. Em outro trecho do discurso da ministra, ela disse ter “descoberto” que na mesma localidade, nos últimos 7 anos, explodiu o número de estupros de recém-nascidos.

Fávaro destacou que, até o momento, Damares não apresentou nenhuma prova do que disse e, tampouco, quais providências tomou, uma vez que era ministra e tinha o dever de ofício de apurar os casos.

“Me sinto enojado em ter que ler este requerimento aos demais colegas, mas isso não é nada novo. Ela simplesmente segue seu líder, o presidente, que dias atrás falou de pedofilia e prostituição de crianças no Distrito Federal. Em um primeiro momento falou que ‘pintou o clima’, depois disse que era caso de prostituição e hoje já disse que não”, criticou o parlamentar, salientando que Damares tem entrado em contradição todas as vezes que questionada sobre o episódio.

Na visão do senador, é importante esclarecer as declarações da ex-ministra e futura senadora. Fávaro salientou que se o relato de Damares for verídico e ela não tomou providências, prevaricou e, se o relato for falso, ela usa da mentira para amedrontar os fiéis.

Ele salientou que Damares não apresentou nenhuma evidência do que falava, nem contou ter tomado alguma providência para punir os responsáveis, o que seria sua obrigação como ministra de Estado. “Caso suas declarações sejam inverídicas, foram usadas de forma política para alimentar discurso de ódio e tumultuar o processo eleitoral. E em caso de omissão do governo, a ex-ministra deve ser investigada por prevaricação”, criticou.

Ele lembrou a eleição de Damares para o Senado pelo Distrito Federal e afirmou que ela precisa ter decoro ao ocupar o cargo. “Nós queremos aqui um representante que honre seu mandato. Que não venha prevaricar e nem mentir”, disse.

O presidente da comissão, senador Humberto Costa (PT-PE), destacou a importância e a relevância do requerimento do colega. O senador lembrou que não há notícias na imprensa nem ações na Justiça relacionadas ao fato indicado pela ex-ministra. Ainda não há uma data para que Damares seja ouvida pela comissão. (Com informações da Agência Senado)

RD News

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