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Coreia do Norte usa pandemia para limitar liberdades e agravar crise humanitária

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O regime da ditadura da Coreia do Norte continuou a usar a pandemia em 2022 como desculpa para “ativar restrições extremas e desnecessárias às liberdades básicas”, que aumentaram o isolamento e a crise humanitária no país, que se mantém hermeticamente fechado desde 2020, segundo o relatório anual da HRW (Human Rights Watch) publicado nesta quinta-feira (12).

O texto lembra que, apesar da insegurança alimentar e das deficiências sanitárias sofridas pela população, o regime continuou focado no desenvolvimento de seu programa nuclear e de mísseis. Segundo o relatório, no ano passado, o regime de Kim Jong-Un fez um número recorde de testes de armas.

“O governo norte-coreano está tornando a vida ainda pior para os norte-coreanos fechando suas fronteiras, restringindo as importações e limitando a distribuição de alimentos”, disse Lina Yoon, pesquisadora da Península Coreana do HRW.

O texto da organização internacional de direitos humanos sublinha ainda que Kim Jon-Un garante o seu poder por meio de “prisões arbitrárias, torturas, castigos coletivos, desaparecimentos forçados, execuções e trabalhos forçados” e que mantém uma rede de campos de prisioneiros políticos (os chamados “kwanliso”).

A isto devemos acrescentar que as restrições mais duras impostas pela pandemia “agravaram os efeitos de décadas de violações dos direitos à liberdade de circulação, saúde, alimentação e acesso a um nível de vida adequado”, acrescenta.

Ao longo do ano passado, o regime de Pyongyang, que em 2020 proibiu a entrada e saída do país e promulgou uma lei para atirar em quem se aproximasse das zonas fronteiriças do país com a desculpa de impedir a entrada do coronavírus, continuou a dificultar cada vez mais a travessia do fronteiras com a China e a Rússia.

Este última decisão foi cumprida reforçando ou construindo ainda mais muralhas, postos de guarda ou rotas de vigilância de fronteiras, enquanto o comércio exterior, tanto o oficial quanto o contrabando autônomo, do qual dependem muitas famílias nas regiões fronteiriças com a China, permanece mínimo.

O relatório recorda ainda que a descoberta dos primeiros casos positivos de Covid-19, em maio, levou a novas restrições à circulação dentro do país e reforçou os confinamentos antes de o regime proclamar que tinha “derrotado o vírus” em agosto.

O regime também aumentou o controle sobre a distribuição de alimentos e produtos básicos, uma situação que piorou com a seca e as inundações induzidas pelas monções.

A HRW aponta ainda que o regime, possivelmente preocupado com o aumento da agitação popular durante os confinamentos, reforçou as suas campanhas ideológicas e restringiu o acesso a informação não-oficial ou não-autorizada, e lembra que os meios de comunicação social com contatos no país têm cada vez mais controle sobre telefones ou computadores, especialmente em áreas fronteiriças.

 

Do R7, com EFE

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