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Do céu para o solo: drones e fotogrametria redefinem o olhar sobre a terra

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A fotogrametria aérea com drones está transformando a análise do solo no Brasil. Essa tecnologia permite mapear áreas rurais com alta precisão, agilidade e menor custo. Usada por agricultores, engenheiros e governos, ela já influencia decisões estratégicas no campo. Para Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “O uso de drones passa de inovação para ferramenta essencial no agronegócio”, enfatiza.

Em um cenário onde o conhecimento sobre o solo pode definir o sucesso ou fracasso de uma safra, a tecnologia vem se tornando aliada indispensável.

A fotogrametria aérea, realizada com drones equipados com câmeras de alta resolução, está mudando drasticamente a forma como se observa, interpreta e gerencia o uso da terra.

Em poucos minutos de voo, esses equipamentos registram imagens detalhadas que, ao serem processadas, geram mapas tridimensionais e modelos digitais do terreno.

A técnica, antes restrita a grandes projetos de engenharia, hoje está ao alcance de produtores rurais de diferentes portes.

Essa revolução silenciosa começa com a substituição das medições tradicionais em campo, que demandavam tempo, equipes numerosas e enfrentavam limitações geográficas.

Agora, com o auxílio de drones, é possível cobrir grandes extensões em menos tempo, com mais segurança e uma riqueza de detalhes nunca vista. Mapas de relevo, curvas de nível, distribuição de vegetação e até indícios de erosão podem ser identificados com facilidade.

Análise precisa, decisões inteligentes

A fotogrametria permite transformar imagens geradas por drones em informações quantitativas e precisas. Essa tecnologia é aplicada em diversas frentes: no planejamento de plantio, na correção de áreas degradadas, no monitoramento de safras e na medição de volumes de solo para movimentação.

O produtor rural deixa de depender exclusivamente da observação empírica para tomar decisões e passa a contar com dados objetivos.

Carlos César Floriano reforça a importância dessa transformação. Segundo ele, “Osolo é a base de toda a produtividade, e entendê-lo em profundidade é mais do que uma vantagem: é uma necessidade”.

O uso da fotogrametria representa uma virada de chave na maneira como se conduz a agricultura no Brasil, tornando-a mais técnica, previsível e sustentável.

A aplicação dos mapas fotogramétricos vai além da agricultura. Engenheiros civis utilizam os dados em obras de infraestrutura, ambientalistas monitoram mudanças no uso do solo, e gestores públicos empregam os levantamentos para regularização fundiária e planejamento urbano.

A versatilidade dessa tecnologia é um dos fatores que impulsionam sua disseminação.

Com softwares de processamento cada vez mais acessíveis e intuitivos, até pequenos produtores conseguem interpretar os dados gerados pelos voos.

O diferencial está na capacidade de identificar, por exemplo, áreas com deficiência de nutrientes, pontos de compactação do solo ou regiões suscetíveis à erosão antes que os problemas afetem a produtividade.

Carlos César Floriano afirma que “A tecnologia só tem valor real quando transforma a prática no campo. Um mapa sem interpretação é só uma imagem bonita”.

A integração dos dados da fotogrametria com outras ferramentas, como sensores de solo, estações meteorológicas e sistemas de gestão agrícola, tem potencial para criar um ecossistema digital completo, que coloca a informação como o centro das decisões.

Carlos César Florianoa visão do solo começa no ar

Apesar de todos os avanços, a fotogrametria aérea ainda enfrenta alguns desafios. O primeiro deles é o custo inicial para aquisição dos drones e dos softwares necessários, o que pode afastar pequenos produtores.

Outro ponto é a necessidade de capacitação técnica para operar os equipamentos e interpretar os dados de forma eficaz. Algumas empresas já oferecem o serviço completo — desde o voo até a entrega dos mapas analisados —, tornando a tecnologia mais acessível a quem não pode investir em estrutura própria.

A regulamentação também entra em cena. No Brasil, o uso de drones é regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que exige registro dos equipamentos e licença para os operadores em determinadas situações.

Embora as exigências sejam relativamente simples, é fundamental que os usuários estejam atentos às normas para evitar penalidades.

Ainda assim, o avanço é inegável. Governos estaduais têm incorporado a fotogrametria aérea em programas de gestão ambiental e de regularização fundiária, acelerando processos que antes levavam anos para serem concluídos.

Universidades e institutos de pesquisa utilizam os dados para compreender o impacto das mudanças climáticas no solo e desenvolver técnicas mais eficientes de manejo.

Para Carlos César Floriano, “A fotogrametria representa o olhar técnico e detalhado que o solo sempre mereceu, mas que só agora temos capacidade de oferecer”.

O futuro do campo está cada vez mais conectado ao céu, com os drones assumindo o papel de olhos estratégicos que guiam decisões com base em evidências visuais e métricas confiáveis.

O uso de drones na análise do solo por meio da fotogrametria já não é uma aposta — é uma realidade consolidada em várias regiões do país.

A velocidade com que essa tecnologia se espalha é proporcional à sua eficiência. O que antes era feito com régua e prancheta, agora é realizado com sensores e algoritmos.

Fonte: VMX Agro

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