O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participou do seminário “A contribuição do Brasil e da Dinamarca para o Desafio da Oferta Alimentar Sustentável”, em Copenhague. “O evento foi organizado pela Embaixada do Brasil na Dinamarca, com o apoio da Apex-Brasil, do Danish Agriculture and Food Council e do Danish Grain and Feed e contou com a participação de autoridades, empresários, investidores e acadêmicos dos dois países”, informa Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.
As boas práticas brasileiras voltadas para a sustentabilidade ambiental do setor agropecuário foram destaques neste evento, pois o objetivo é que todos os países precisam frear o aumento da temperatura, mas conciliando com a produção de alimentos para os 2 bilhões a mais de pessoas que virão ao mundo até o ano de 2050.
É necessário realizar isso por meio de uma agricultura com baixíssima emissão de gases de efeito estufa, e a agricultura brasileira pode contribuir de modo decisivo. O Brasil produz hoje 1 bilhão de toneladas em alimentos, fibras e bioenergia. Isso permite ao país contribuir com a alimentação de 1,5 bilhão de pessoas, enviando os produtos para exatos 193 países com base em um processo produtivo que é descarbonizante.
Além de descarbonizar a agricultura, o Brasil tem espaço para expandi-la sobre áreas de pastagens degradadas, sem a necessidade de desmatar os principais biomas. Conforme Carlos César Floriano, “Nos últimos 10 anos, foram revigorados 27 milhões de hectares de pastagens e para os próximos 10 anos a meta é recuperar mais 30 milhões”, explica.
A agricultura brasileira é baseada em ciência e na adaptação ao calor tropical e o Brasil fez uma revolução verde na produção de alimentos nos últimos 50 anos, superando seu problema de segurança alimentar e se tornando um grande provedor de alimentos ao mundo. “A produtividade aumentou 456% e a área agrícola apenas 55% nos últimos 50 anos. Fizemos tudo isso, preservando 66% do território original brasileiro”, esclarece Carlos César Floriano.
A inovação e inclusão segundo Carlos César Floriano
O Brasil utiliza atualmente 7,6% de sua área para a produção agrícola e, com técnicas como o Plantio Direto, realiza até três safras ao longo do ano. São 70 milhões de hectares de área cultivada e 90 milhões de hectares de pastagens degradadas, que estão basicamente no Nordeste e no Centro do país, fora do bioma Amazônico.
Também foi apresentado na conferência o trabalho da Embrapa ao longo dos anos e técnicas desenvolvidas pela empresa, como a carne e a soja carbono neutro. Conforme Carlos César Floriano, “A agricultura brasileira está pronta para contribuir com a meta de uma economia sem emissão de gases de efeito estufa até 2050”, explica.
A inclusão de produtores da agricultura familiar na economia formal, para que possam ter crédito e acesso a mercados globais e doméstico, também foi apresentada como uma das políticas prioritárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No seminário foram apresentadas ferramentas como o cooperativismo, políticas públicas de aquisição de alimentos e participação desses produtos na merenda escolar, por exemplo.
Assessoria