Após ser cassado, o deputado federal Neri Geller (PP) foi pro “tudo ou nada” e disparou a metralhadora contra o seu principal adversário, o senador Wellington Fagundes (PL). O progressista afirma que tem documentos que comprovam que o postulante à reeleição recebeu R$ 1 milhão em propina no ano de 2014, quando foi eleito senador da República.
O recurso teria sido repassado ao congressista a mando do ex-governador Silval Barbosa, para ser aplicado na campanha eleitoral. As informações constam da delação premiadoa do empresário Pierre François Amaral de Moares, que já foi candidato a vereador em Rondonópolis em 2004, e teve o nome vinculado também à Operação Lava Jato.
Parte do recurso teria sido entregue em dinheiro nas mãos do próprio Fagundes em setembro de 2014. Já outros R$ 500 mil foram repassados por meio de uma caixa de vinho levada ao filho do então postulante à senatória.
“Vai ser verdade contra mentira. Isso que eu vou fazer. Eu não quero debate do denuncismo, vou trabalhar com a verdade. Tenho documentos em minhas mãos e eu não vou prevaricar como deputado federal que sou”, garantiu Geller.
O parlamentar ainda aproveitou para avisar que irá provocar o Judiciário para que providências sejam tomadas. “Isso sim, nós vamos fazer interpelação para que esses fatos sejam investigados e que se de uma posição com relação a isso”, finalizou.
Na delação apresentada por Neri à imprensa, na tarde desta quarta-feira (24), traz o relato do empresário que confirma a existência de um esquema de pagamento de propina, em 5% dos valores de contratos iriam para financiar políticos.
Pierre relata que se encontrou com Fagundes, quando ainda deputado federal, no aeroporto Marechal Rondon, momento em que deu carona ao parlamentar. Wellington teria pedido a ajuda do empresário para interceder junto a Silval, que havia prometido lhe ajudar na campanha, mas não estava cumprindo com a promessa.
Na época, Pierra esteve com Silval, que depois de reclamar, solicitou que o dinheiro de pagamento de propina pago pela empresa Planserv fosse repassado para Fagundes. Este dinheiro teria sido levantado com um empresário, proprietário de um posto de combustível, e era sempre movimentado valores menores, entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, até juntar as duas parcelas de R$ 500 mil cada.
A primeira delas foi entregue na casa de Fagundes, que ainda emprestou o avisão de campanha para o empresário, que foi para São Paulo e, na sequência, voltou para Rondonópolis, onde levou mais R$ 500 mil em caixas de vinho ao filho do então deputado, na época.
Agência da Notícia com Leia Agora