Uma equipe da rádio Jovem Pan teve de sair sob escolta nesta terça-feira 15 de uma manifestação promovida por bolsonaristas em frente ao quartel-geral do Exército em Brasília.
Apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL), que pediam intervenção militar, xingaram e fizeram ameaças a dois repórteres e um cinegrafista do veículo por cerca de 30 minutos.
Alguns manifestantes tentaram impedir as entradas ao vivo dos repórteres. Outros diziam que, “se mentissem”, iriam “sofrer as consequências”. “Deixa o cara fazer a matéria dele. Se ele falar que a gente quer intervenção [militar], a gente entra de novo. Se mentir, não vai trabalhar”, disse um dos manifestantes, segundo o jornal Folha de São Paulo.
Considerada “a voz do bolsonarismo”, a Jovem Pan tem expurgado do seu quadro comentaristas simpáticos ao ex-capitão. No último dia 7, a emissora anunciou que a ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel pediu demissão. Nomes como Caio Coppolla, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes e Guga Noblat também foram desligados.
Nos quatro anos de governo Bolsonaro, a Jovem Pan viu sua audiência crescer exponencialmente. Há 15 dias, bolsonaristas protestam contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pedem intervenção militar. Os atos antidemocráticos vêm sendo financiados por empresários do agronegócio, que chegam a pagar estadia e alimentação dos manifestantes. Em alguns casos, caminhoneiros são contratados com carteira assinada, e o salário não sofre mudanças mesmo com eles parados em Brasília.
Carta Capital