Lideranças do setor produtivo em Mato Grosso repudiam os atos de vandalismo ocorridos em Brasília (DF) neste domingo (8) e as falas do presidente Lula ao agronegócio. Segundo o setor, as declarações que atribuem ao segmento participação nos ataques são descabidas.
As ações de vandalismo em Brasília tiveram início no começo da tarde de domingo.
Conforme o presidente do Fórum Agro MT, Itamar Canossa, reivindicar uma posição, um ponto de vista é democraticamente válido. Entretanto, “todo e qualquer manifestante que venha ultrapassar esses limites com certeza não receberá o nosso apoio”.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) pontua que repudia veementemente os atos de vandalismo e destruição ocorridos. “Reafirmamos que toda manifestação pacífica, ordeira e dentro dos princípios democráticos, sempre terão apoio do nosso segmento, contudo, atos de depredação jamais terão nosso aval”, diz a nota.
‘Atribuir participação do setor é descabido’
As lideranças do agronegócio mato-grossense repudiaram as declarações do presidente Lula neste domingo quanto à possibilidade de haver produtores rurais que adotam práticas proibidas de manejo entre os envolvidos na manifestação que resultou na invasão e no vandalismo do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, frisa que “toda generalização é nociva porque coloca todo produtor no mesmo balaio. Já estamos enfrentando problemas demais para nos envolvermos com mais um”.
Em nota, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) pontua que “o agro brasileiro, há muitos anos, é ator importante no desenvolvimento do Brasil, gerando renda, emprego e divisas para o país, produzindo alimento com segurança, responsabilidade e sustentabilidade” e que “Declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do agro brasileiro para o país. Somos contra grilagens e invasão da propriedade privada, o desmatamento ilegal e o uso irrestrito de pesticidas em lavouras”.
A Famato salienta ainda que a classe produtora exige respeito e que “momentos como esse exigem cautela, sendo necessária a apuração dos fatos antes de se propagar acusações dessa natureza, demonstrando principalmente atenção aos princípios basilares de nossa Constituição Federal”.
Confira as notas na íntegra:
Aprosoja-MT
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) repudia as invasões e atos de vandalismo ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto ocorridos neste domingo (8), em Brasília.
Como entidade que preza pelo cumprimento das leis e da Constituição, defendemos a liberdade de pensamento e a manifestação pacífica, mas jamais poderemos concordar com invasão e depredação de qualquer propriedade, seja ela pública ou privada.
O agro brasileiro, há muitos anos, é ator importante no desenvolvimento do Brasil, gerando renda, emprego e divisas para o país, produzindo alimento com segurança, responsabilidade e sustentabilidade. E este agro não é composto somente por grandes empresas, mas sim e, principalmente, por pessoas que vão desde o pequeno sitiante, a agricultura familiar, pequenos, médios e grandes produtores, que dedicam suas vidas, economias, e suas famílias para produzirem alimentos com respeito.
Declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do agro brasileiro para o país. Somos contra grilagens e invasão da propriedade privada, o desmatamento ilegal e o uso irrestrito de pesticidas em lavouras. Prezamos pela democracia e somos contra quaisquer atos que gerem prejuízos ao Brasil, e nos opomos a quaisquer conclusões que não representem a verdade.
Famato
A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso – Famato, tendo sua representatividade pautada nos mais de 33 mil produtores e seus 94 Sindicatos Rurais, repudia veementemente os atos de vandalismo e destruição ocorridos no dia 08/01/2023, na Capital Federal. Reafirmamos que toda manifestação pacífica, ordeira e dentro dos princípios democráticos, sempre terão apoio do nosso segmento, contudo, atos de depredação jamais terão nosso aval.
Lado outro, e igualmente reprováveis, são as ilações lançadas genericamente ao Agronegócio brasileiro sobre sua suposta participação nos atos de barbárie ocorridos. Exigimos respeito a classe produtora!
Momentos como esse exigem cautela, sendo necessária a apuração dos fatos antes de se propagar acusações dessa natureza, demonstrando principalmente atenção aos princípios basilares de nossa Constituição Federal.
Acrimat
Toda generalização é nociva porque coloca todo produtor no mesmo balaio. Já estamos enfrentando problemas demais para nos envolvermos com mais um. O setor pecuário passa por uma crise persistente há meses e continua produzindo alimentos, gerando riqueza para o país. Nosso produtor precisa ser olhado sem raiva, com carinho, com foco nas suas necessidades. A maioria esmagadora é de gente séria que só quer sobreviver do seu trabalho.
CANAL RURAL