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Farmacêutico alerta para aumento dos riscos com drogas e álcool na pandemia

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No Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo, comemorado no último domingo (20.02), o CRF-MT reforça o papel do farmacêutico em orientar as pessoas que enfrentam problemas devido ao consumo, assim como os reflexos na saúde dos familiares.

O uso abusivo de drogas é um problema de saúde pública em escala internacional, com consequências que afetam a saúde física e psicossocial de indivíduos de todas as classes sociais, faixas etárias, gêneros e raças, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Uma pesquisa exploratória conduzida pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em 33 países da América Latina e do Caribe identificou que as contingências econômicas e sociais impostas pela pandemia de Covid-19 ampliaram o consumo de álcool durante a pandemia, tanto entre homens quanto entre mulheres. “O estudo da Opas aponta que 74% dos brasileiros entrevistados beberam durante a pandemia, e 42% beberam de forma pesada em algumas situações”.

O farmacêutico, Dr. Fabrício Caram, explica que o uso abusivo de drogas passa primeiro pela experimentação. E, por isso, a prevenção é a melhor estratégia para evitar quadros de dependência.

Quanto ao tratamento desta que constitui uma doença crônica e progressiva, Fabrício destaca a necessidade de tratamentos personalizados. “Quando o usuário de drogas coloca em risco a própria vida e a de outras pessoas, a internação pode ser recomendada”, como ressalta o farmacêutico.

Sueli, nome fictício usado nesta reportagem, relata que a primeira vez que experimentou maconha foi com amigos e tinha 27 anos. Hoje ela tem 71 anos, e conta que muitos desses amigos morreram de overdose. Hoje ela faz parte do grupo dos Narcóticos Anônimos, está há 15 anos e 7 meses sem usar drogas. E foi no grupo que encontrou apoio para construir uma vida em recuperação. Com encontros periódicos, inclusive adaptados para o modelo virtual por causa da pandemia, ela continua participando das reuniões.

Fabrício relata que aproximadamente 20% dos pacientes tratados na rede primária bebem em um nível considerado de alto risco, pelo menos fazendo uso abusivo do álcool. “Estes pacientes têm seu primeiro contato com os farmacêuticos, quando eles buscam por medicamentos para tratar o vício”.

Sobre drogas, a Organização das Nações Unidas (ONU) indica que globalmente 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos decorrentes do uso de drogas. A droga mais usada no mundo continua a ser a cannabis (maconha). A prevenção e o tratamento continuam insuficientes em muitas partes do mundo. Por ano, apenas uma em cada sete pessoas com transtornos decorrentes do uso indevido de drogas recebe tratamento. Quando se trata de dados brasileiros, 3,563 milhões de brasileiros consumiram drogas ilícitas em um período recente.

Soraya Medeiros

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