O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), fez um balanço positivo da viagem à China na última semana e acusou a “oposição” do Governo de Lula (PT) de seguir criando narrativas para desqualificar as ações da gestão e, consequentemente, rachar o setor do agronegócio no país.
A polêmica teve início após o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, em viagem oficial ao exterior, expor aos chineses que o desmatamento na Amazônia dobrou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a produção agrícola, e que as questões ambientais são um problema recorrente do país.
Segundo Fávaro, nenhum dos empresários ligados ao agronegócio que foram até a China se sentiram ofendidos pelas declarações. Na visão do chefe do Mapa, a oposição segue tentando tumultar o processo de pacificação do Governo Federal com o agro, que em sua maioria esteve alinhado a Bolsonaro na última corrida eleitoral.
“Pergunte para esses empresários se eles se sentiram atacados. De maneira nenhuma. O problema é que a oposição ainda não saiu do palanque. Eles ainda estão buscando retórica, estão querendo dividir o agro e desqualificar as ações que o presidente Lula já fez na primeira e segunda [passagem pela Presidência]”, argumentou.
Moção de Repúdio
As falas do presidente da Apex fizeram com que o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) apresentasse um pedido de Moção de Repúdio contra Viana, sob alegação de que ele tentou responsabilizar o agronegócio brasileiro pelo desmatamento sem apresentar dados “oficiais” e acabou vulnerabilziando o setor, já que ofereceu “argumentos para imposição de sanções”. Viana teria deixado a comitiva em uma saia-justa, já que um dos temas abordados pelos integrantes brasileiros era a produção sustentável.
Apesar da polêmica, Fávaro avaliou que o encontro foi um sucesso em razão das oportunidades que foram criadas e frisou que os fatos falam por si só, rechaçando qualquer dano na relação com o setor produtivo: “Os fatos falam mais que as retóricas”, disse.
Parceria
A China é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil e havia embargado a importação de carne bovina brasileira em fevereiro deste ano, após a confirmação de um caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecido com o mal da “vaca louca”, em um animal no Pará.
Segundo Fávaro, durante o encontro, os embargos para importação da carne brasileira foram derrubados e mais quatro acordos com plantas frigoríficas foram firmados. Também houve avanços na negociação de outros produtos como algodão, milho, uva fresca, noz pecan, sorgo e gergelim.
Gabriel Rodrigues/RD News